A crise na região, que também tem efeitos na Letônia e na Lituânia, vem se agravando há meses, especialmente, depois que o bloco europeu anunciou uma série de sanções contra o governo de Aleksandr Lukashenko.
Por Redação, com ANSA - de Bruxelas
A crise migratória que atinge a fronteira entre Polônia e Belarus provocou uma série de trocas de acusações entre os dois lados nesta terça-feira, um dia depois de Varsóvia barrar a entrada de centenas de estrangeiros que marchavam para o país. O ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, afirmou ao tabloide Bild que Bruxelas "precisa agir" para ajudar os poloneses a frear esse avanço porque "nem a Alemanha, nem a Polônia podem fazer algo sozinhas". – Precisamos ajudar o governo polonês a proteger suas fronteiras externas. Isso é uma obrigação da União Europeia – disse Seehofer ainda afirmando que não critica a construção de um muro no local. "Só não podem usar armas de fogo, obviamente, mas devem usar outros meios disponíveis", pontuou. Já o premiê polonês, Mateusz Morawiecki, afirmou que essa crise "afeta a estabilidade e a segurança de toda a União Europeia". – Proteger a fronteira polonesa está no nosso interesse nacional. Mas, hoje está em jogo a estabilidade da UE – acrescentou. A crise na região, que também tem efeitos na Letônia e na Lituânia, vem se agravando há meses, especialmente, depois que o bloco europeu anunciou uma série de sanções contra o governo de Aleksandr Lukashenko. Para os ocidentais, o mandatário é um "ditador" e está tentando usar os estrangeiros como "armas" contra o bloco para provocar uma crise. Recentemente, uma operação da polícia polonesa encontrou material de propaganda extremista islâmica em um dos acampamentos para deslocados mantidos por Minsk, o que aumentou os temores de que Lukashenko está tentando infiltrar terroristas entre aqueles que buscam uma nova vida na Europa. A comissária europeia para Assuntos Internos, Ylva Johansson, afirmou que o caso é "a nossa prioridade mais urgente" e que "continuaremos a dar prioridade à proteção de integridade das nossas fronteiras".