Mobilização ocorre após Putin receber permissão do Parlamento russo para enviar tropas para Donetsk e Lugansk. Kiev pede ainda que ucranianos deixem a Rússia imediatamente.
Por Redação, com DW - de Kiev
As Forças Armadas da Ucrânia emitiram nesta quarta-feira uma ordem para mobilizar os reservistas, num movimento de preparo para combater uma invasão por Moscou. Kiev também pediu que seus cidadãos deixem a Rússia imediatamente. A mobilização ocorre após a Rússia reconhecer a independência de duas regiões no leste ucraniano, controladas por separatistas pró-Moscou, e o Parlamento russo conceder permissão ao presidente Vladimir Putin para enviar tropas para a região. "Reservistas de 18 a 60 anos serão chamados. A convocação começa nesta quarta-feira por um prazo máximo de um ano de serviço", informaram as Forças Armadas da Ucrânia em mensagem publicada no Facebook. Segundo o decreto assinado pelo presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, o reservista que não comparecer e nem apresentar justificativa para tal pode enfrentar sanções administrativas e criminais. A Ucrânia possui cerca de 200 mil reservistas. A maioria deles serviu nos primeiros anos do conflito entre separatistas e forças de defesa ucranianas iniciado há oito anos. Putin reconheceu formalmente na segunda-feira a independência das autoproclamadas "repúblicas" de Donetsk e Lugansk no leste da Ucrânia. A decisão praticamente enterrou os esforços diplomáticos das últimas semanas e ameaçou descarrilar as negociações de paz em torno do Acordo de Minsk, que tentava solucionar o conflito que já fez mais de 14 mil vítimas. Após o reconhecimento da independência das regiões separatistas, o Parlamento russo autorizou Putin a enviar forças militares para cumprir "missões de paz" em Donetsk e Lugansk. Com isso, o presidente russo ganhou luz verde para mobilização de tropas para as duas regiões.