Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Trump anuncia retirada dos EUA de tratado para regular comércio de armas

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Sábado, 27 de Abril de 2019 às 08:53, por: CdB

Anúncio foi feito durante encontro da Associação Nacional do Rifle (NRA). Tratado promovido pela ONU e que recebeu apoio de Obama prevê dificultar exportações de armas para países acusados de violar direitos humanos.

Por Redação, com DW - de Washington

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na sexta-feira durante a reunião anual da Associação Nacional do Rifle (NRA) que os EUA vão se retirar de um tratado para regular o comércio internacional de armas que havia sido assinado em 2013.
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Trump fez anúncio durante encontro anula do lobby pró-armas NRA, que fez doações substanciais para sua campanha em 2016
Trump disse aos membros do lobby de armas que pretende revogar o status dos EUA de signatário do Tratado sobre Comércio de Armas (TCA), um texto adotado pela ONU que busca melhorar a regulamentação do comércio internacional de armas. – Estamos retirando nossa assinatura – disse Trump a milhares de ouvintes entusiasmados, muitos acenando com bonés vermelhos decorados com o slogan de campanha do presidente republicano: "Torne a América Grande Novamente". – Hoje anuncio oficialmente que os Estados Unidos vão revogar os efeitos da assinatura – desse tratado, disse. "Jamais deixaremos que burocratas estrangeiros pisem nas liberdades garantidas pela segunda emenda" da Constituição, acrescentou. A NRA, um lobby armamentista dos EUA, rejeitava há tempos o tratado, argumentando que ele minava o direito à posse de armas assegurado pela Constituição norte-americana. A NRA gastou US$ 30,3 milhões apoiando a campanha presidencial de 2016 de Trump, segundo o Centro para Políticas Responsáveis, um grupo que monitora gastos de campanha. O texto da ONU havia sido assinado por John Kerry, que chefiou a diplomacia norte-americana durante a presidência do democrata Barack Obama, antecessor de Trump, mas nunca foi ratificado pelo Congresso. O tratado prevê que os países signatários avaliem antes de qualquer transação se as armas vendidas poderão ser usadas para romper um embargo internacional, violar direitos humanos ou se correm o risco de cair nas mãos de criminosos. As armas afetadas pelo documento variam de pistolas a mísseis, aviões e navios de guerra. O tratado aplica-se a todos os tipos de intercâmbio internacional. A decisão de Trump provocou a reprovação imediata de grupos internacionais de direitos humanos. Esse tratado "é o único instrumento em escala mundial que busca melhorar a transparência e a responsabilidade no comércio internacional de armas", disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, após as declarações de Trump. – Isso é especialmente importante agora, em um momento em que estamos testemunhando crescentes tensões internacionais e um interesse renovado na expansão e modernização dos arsenais – acrescentou. Até agora, 101 países se uniram formalmente ao tratado. Após concretizar a sua saída do tratado, os EUA juntam-se a outros países que também nunca o assinaram, como a Rússia, Síria e Coreia do Norte. O anúncio também confirma a tendência da administração Trump em retirar-se de pactos internacionais, após a sua saída do acordo nuclear com o Irã e do acordo de Paris sobre o clima.
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