Rio de Janeiro, 22 de Janeiro de 2025

Suplente do Major Olímpio é alvo de processo aberto no Paraguai como cúmplice de Bolsonaro

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Sexta, 19 de Março de 2021 às 11:50, por: CdB

Mensagens reveladas no início de agosto de 2019 pelo jornal paraguaio ABC Color mostraram que o presidente do Paraguai sabia dos termos prejudiciais do acordo, e essa teria sido uma das razões pelas quais o documento não foi tornado público até o final de julho.

10h33 - de São Paulo

Suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP), que morreu na quinta-feira por consequência da covid-19, o empresário Luiz Giordano (PSL-SP) é alvo de um processo internacional. Giordano está no centro de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu em 2019.

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Giordano é citado como associado da 'família Bolsonaro' em uma empresa internacional de energia

A crise eclodiu no fim de julho daquele ano, quando foram revelados os termos do novo acordo entre Brasil e Paraguai para a compra de energia de Itaipu. Um dos participantes nas negociações foi Giordano, que, segundo as investigações, usou o nome da família do presidente Jair Bolsonaro para se credenciar.

Pela revisão acertada entre Assunção e Brasília, o Paraguai aumentaria seus gastos em mais de US$ 200 milhões, o que desencadeou questionamentos ao presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, em seu país.

Acordo cancelado

Mensagens reveladas no início de agosto de 2019 pelo jornal paraguaio ABC Color mostraram que o presidente do Paraguai sabia dos termos prejudiciais do acordo, e essa teria sido uma das razões pelas quais o documento não foi tornado público até o final de julho.

Após ameaças de impeachment, o acordo acabou cancelado. Mas o trato começou a ser investigado por autoridades, o que levou a mensagens trocadas entre o ex-presidente da Ande (estatal elétrica paraguaia) Pedro Ferreira e o advogado José Rodríguez, que se apresentava como assessor jurídico do vice paraguaio.

As mensagens falavam sobre a possibilidade de venda da energia excedente do Paraguai para a empresa brasileira Léros, que, segundo informações do advogado, estaria vinculada à “família presidencial” — portanto, à família Bolsonaro. O empresário viajou ao menos três vezes ao Paraguai em 2019 com executivos da Léros, segundo dados obtidos pela mídia conservadora, nos dois países.

O empresário, que atua no ramo de ferro, mineração e outras atividades, declarou patrimônio de R$ 1,5 milhão à Justiça Eleitoral em 2018. Giordano ostenta fortuna e acumula uma série de processos, inclusive por dívida e invasão de terreno, segundo reportagem da Agência Pública.

O segundo suplente na chapa é Marcos Pontes, atual ministro da Ciência e Tecnologia.

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