Recentemente, Biden assinou uma ordem executiva restringindo as empresas norte-americanas do investimento nas capacidades e tecnologias de inteligência artificial (IA) da China, incluindo semicondutores e computação quântica.
Por Redação, com Sputnik - de Washington
As restrições do presidente norte-americano, Joe Biden, estão "saindo pela culatra", já que estão afetando o crescimento de suas próprias gigantes tecnológicas, afirmaram especialistas à agência russa de notícias Sputnik.
Recentemente, Biden assinou uma ordem executiva restringindo as empresas norte-americanas do investimento nas capacidades e tecnologias de inteligência artificial (IA) da China, incluindo semicondutores e computação quântica.
O ex-coronel do Exército dos EUA Earl Rasmussen descreveu a nova política americana como um "suicídio econômico acelerado".
– Enquanto as decisões visam limitar o crescimento chinês, elas vão impactar as grandes economias norte-americana e europeia. Estima-se que 70 mil empresas dos EUA possam ser impactadas – afirmou à Sputnik.
Anteriormente, Biden baniu os chips chineses, ação que pode fazer com que as empresas norte-americanas percam mais de US$ 80 bilhões (R$ 397 bilhões).
O ex-coronel destacou que as medidas para os supostos desacoplamentos da China resultarão em impactos mais adversos aos EUA e à Europa do que à China.
– A Europa já está sofrendo por seguir o líder EUA nas sanções direcionadas à Rússia, combinar isso [com] desacoplar da China, e nós vamos ver somente uma espiral de morte econômica – observou.
Por sua vez, Ivan Eland, diretor do Instituto Independente do Centro para Paz e Liberdade, disse à Sputnik acreditar que a tentativa de impedir as capacidades chinesas limitará o fluxo livre de informações, o que poderia reduzir a inovação dos EUA, sem mencionar a possibilidade de uma retaliação por parte dos chineses.
– Eles (os chineses) também podem responder com outros acordos comerciais, econômicos e de investimentos onde possam, atingindo mais uma vez as empresas americanas – ressaltou.
Tentativas "desenfreadas" dos EUA
Mesmo com as tentativas "desenfreadas" dos EUA e seus aliados de atingirem o crescimento chinês, um relatório do Centro para Segurança e Tecnologia Emergente dos EUA indicou que os investidores chineses permanecem dominantes nas empresas de IA do país.
– Entre 2015 e 2021, ao menos 71% do valor de transação e 92% das transações de investimento se originaram dos investidores chineses. Portanto, há grandes dúvidas de que as novas restrições tenham quaisquer impactos mais sérios – afirmou Earl Rasmussen.
Além disso, mesmo com todas as restrições, a China permanece sendo um fabricante global de motores, e continuará sua parceria com o Sul Global, para garantir o desenvolvimento econômico e a expansão no mercado global.
Apesar dos desafios em meio às tentativas norte-americanas de conter as indústrias chinesas, Pequim segue apoiando o crescimento do setor tecnológico, transformando o "ataque" do governo Biden em oportunidade para o mercado nacional e autossuficiência.
Espera-se que o mercado nacional de semicondutores da China fature US$ 8,3 bilhões (R$ 40,6 bilhões) até 2025.
Em 2022, a administração norte-americana de Joe Biden promoveu o investimento em semicondutores nos EUA através da Lei CHIPS e Ciência de 2022, e também começou a restringir em massa a exportação de semicondutores para a China.
Washington vê Pequim como sua principal competidora e declarou repetidamente que pretende conter o gigante asiático. Em resposta, nos últimos meses a China restringiu a exportação de minerais de terras raras, usados na fabricação de semicondutores.