A depreciação da moeda brasileira torna as exportações do país mais competitivas. As cargas devem ser entregues principalmente em agosto e também no próximo ano, disseram as fontes, que pediram anonimato.
Por Redação, com Bloomberg – de São Paulo
A China acelerou as importações de soja brasileira para aproveitar a vantagem de um real mais fraco. Os compradores chineses encomendaram até 75 embarques – ou cerca de 4,5 milhões de toneladas – de soja brasileiros nas duas primeiras semanas de julho, segundo fontes que falaram à agência norte-americana de notícias Bloomberg News.
A depreciação da moeda brasileira torna as exportações do país mais competitivas. As cargas devem ser entregues principalmente em agosto e também no próximo ano, disseram as fontes, que pediram anonimato.
Futuro
Estes volumes não estão fora do normal para esta época do ano, mas a velocidade das compras indica que a China busca tirar proveito do câmbio, que se enfraqueceu em mais de 10% este ano.
Enquanto isso, a primeira encomenda chinesa para a soja que deve começar a ser colhida a partir de setembro nos Estados Unidos veio vários meses depois do normal. Os futuros de soja em Chicago são negociados perto de uma mínima de quatro anos.
As cargas brasileiras provavelmente ampliarão o excesso de oferta na China e poderão reduzir a participação de mercado dos produtores norte-americanos durante o período de pico de embarques dos EUA. As importações chinesas de soja brasileira aumentaram 23% nos primeiros cinco meses do ano, enquanto as compras de soja norte-americana caíram quase pela metade.
Fluxo
As esmagadoras de soja também procuram manter os fluxos da América do Sul em meio a preocupações de que um possível novo governo de Donald Trump nos EUA possa desencadear outra guerra comercial que colocaria a soja norte-americana no fogo cruzado, disseram as fontes.
— A compra é impulsionada principalmente pela vantagem de custo dos embarques brasileiros em relação aos (norte-)americanos. Além disso, há uma preocupação crescente sobre a possibilidade de tensões comerciais intensificadas caso Donald Trump vença — resumiu Kang Wei Cheang, vice-presidente assistente da StoneX Financial.
As esmagadoras de soja chinesas podem desacelerar as compras a partir do quarto trimestre, em meio a estoques altos e um enfraquecimento da demanda por ração animal, disseram as fontes.
O rebanho de porcos do país encolheu por conta da queda do consumo e da lucratividade dos produtores.