A verba para a moradia da população mais pobre caiu de R$ 665 milhões para apenas R$ 34 milhões no projeto de orçamento de 2023. A maior parte dos cortes foi feita para acomodar as emendas do orçamento secreto, que somam R$ 19,4 bilhões para 2023.
Por Redação - de São Paulo
Recompor os cortes do Orçamento para 2023 promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro no projeto de lei enviado ao Congresso será a tarefa imediata nas negociações para a votação do orçamento com o time de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Além do programa Farmácia Popular, a recomposição mais urgente é a do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que paga os subsídios às classes de renda mais baixa na habitação.
A verba para a moradia da população mais pobre caiu de R$ 665 milhões para apenas R$ 34 milhões no projeto de orçamento de 2023. A maior parte dos cortes foi feita para acomodar as emendas do orçamento secreto, que somam R$ 19,4 bilhões para 2023.
A verba para o programa Farmácia Popular, que oferece medicamentos gratuitos ou com co-pagamento, deverá subir pelo menos em mais R$ 1,2 bilhão depois do corte de 60%. A verba caiu de R$ 2,04 bilhões no orçamento de 2022 para R$ 804 milhões no projeto de lei
Mais Médicos
A construção de escolas de educação infantil passou de R$ 111 milhões para R$ 2,5 milhões e também deverá ser reforçada. O mesmo vale para o programa Caminho da Escola, de aquisição de transporte escolar para educação básica, que passou de R$ 15,2 milhões para R$ 425 mil. Se espera reforço também para a provisão de médicos na atenção primária (Mais Médicos/Médicos pelo Brasil), que passou de R$ 2,69 bilhões para R$ 1,46 bilhão.
Também faltam recursos para o apoio a Obras Emergenciais de Mitigação para Redução de Desastres, passou de R$ 2,57 milhões para R$ 25 mil. As ações de proteção social básica e especial do Sistema Único de Assistência Social, onde por exemplo são cadastradas famílias para transferência de renda e desenvolvidos serviços de combate à violência e à exploração sexual de crianças e adolescentes – tema de campanha depois da polêmica em torno da frase de Bolsonaro “pintou o clima” em referência a meninas venezuelanas - passaram de R$ 908,6 milhões para R$ 48,2 milhões e devem ser recompostas.
São programas que tiveram a verba completamente comprometidas e que impendem o seu funcionamento. É o caso da implantação de equipamentos e de tecnologia social de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos (principalmente cisternas), que caiu de R$ 61,2 milhões para R$ 2,3 milhões. Como também a aquisição e distribuição de alimentos da agricultura familiar passou de R$ 679,5 milhões para R$ 2,67 milhões.