Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Polícia do Rio combate suspeitos de venda de imóveis ilegais

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Segunda, 10 de Maio de 2021 às 09:11, por: CdB

Policiais civis cumpriram nesta segunda-feira oito mandados de busca e apreensão contra suspeitos de integrar um grupo criminoso que atua na comunidade da Muzema, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.

Por Redação, com agências de notícias - do Rio de Janeiro Policiais civis cumpriram nesta segunda-feira oito mandados de busca e apreensão contra suspeitos de integrar um grupo criminoso que atua na comunidade da Muzema, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. A operação Caixa de Areia tem como alvos empresas e pessoas suspeitas de envolvimento com a exploração ilegal de imóveis na região.
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Em 2019, dois prédios ilegais desabaram na Muzema matando 24 pessoas
Segundo a Polícia Civil, pessoas envolvidas com a venda de imóveis construídos irregularmente movimentaram, nos últimos seis meses, recursos incompatíveis com a capacidade financeira declarada. Esses “empresários” teriam feito depósitos em dinheiro vivo em contas bancárias e investido em empresas de fachada cerca de R$ 12,5 milhões. A comunidade da Muzema é controlada por uma milícia que atua no loteamento de terrenos e construção de prédios ilegais. Em abril de 2019, dois edifícios irregulares desabaram na favela, matando mais de 20 pessoas.

Traficantes

Policias civis da 106ª DP (Itaipava) prenderam em flagrante, no domingo, dois homens pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Com a dupla, foram apreendidos 47 pinos de cocaína e R$ 165. De acordo com os agentes, os criminosos atuavam na comunidade do Chapa Quatro, naquele município. Eles serão encaminhados ao sistema penitenciário. A ação aconteceu em conjunto com a Polícia Militar.

Número de mortos no Jacarezinho

A Polícia Civil do Rio de Janeiro elevou, no sábado, para 29 o número de mortos na operação policial realizada na última quinta-feira na favela do Jacarezinho, Zona Norte da Cidade. A polícia divulgou, no início desta noite, os nomes dos 28 mortos na favela; entre eles o inspetor de polícia André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos.

Considerada a mais letal da história do Estado do Rio de Janeiro, a operação policial foi realizada para desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas que, entre outros crimes, era suspeita de aliciar menores de idade.

Defensores dos direitos humanos questionam a legalidade da operação, que também despertou a preocupação da Ordem dos Advogados do Brasil, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e do o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos. As três instituições pediram investigações rigorosas e imparciais e ressaltaram o compromisso do Estado no respeito aos direitos humanos.

Desdobramentos

Responsável por fiscalizar a legalidade da ação, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ) emitiu uma nota em que informa que está investigando as circunstâncias das mortes ocorridas durante a operação.

“Todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis em decorrência dos fatos ocorridos estão sendo tomadas pelo MPRJ”, diz o texto, que informa que a promotores estiveram presentes na comunidade, acompanhando os desdobramentos da operação. “Cabe destacar ainda que o MPRJ acompanha a perícia nos corpos das pessoas mortas durante a intervenção policial”, informou a nota.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, defendeu a Polícia Civil e afirmou na noite passada que a operação foi “o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça.”

Já uma nota conjunta assinada por entidades como a Anistia Internacional no Brasil, a Justiça Global, o Instituto Marielle Franco e o Movimento Negro Unificado classifica a operação como um massacre. Defensores de direitos humanos, moradores de favelas e familiares de vítimas de violência policial realizaram protestos na tarde passada contra as mortes.

A lista A Polícia Civil divulgou o nome dos 28 mortos na Operação Exceptis, na qual constam as informações sobre os 27 suspeitos e o policial André Frias, corrigindo a informação dada mais cedo de que, além do agente, 28 civis haviam morrido. Leia, a seguir, a lista completa: André Frias – policial civil; Jonathan Araújo da Silva; Jonas do Carmo Santos; Márcio da Silva Bezerra; Carlos Ivan Avelino da Costa Junior; Rômulo Oliveira Lúcio; Francisco Fábio Dias Araújo Chaves; Cleyton da Silva Freitas de Lima; Natan Oliveira de Almeida; Maurício Ferreira da Silva; Ray Barreiros de Araújo; Guilherme de Aquino Simões; Pedro Donato de Sant’ana; Luiz Augusto Oliveira de Farias; Isaac Pinheiro de Oliveira; Richard Gabriel da Silva Ferreira; Omar Pereira da Silva; Marlon Santana de Araújo; Bruno Brasil; Pablo Araújo de Mello; John Jefferson Mendes Rufino da Silva; Wagner Luiz Magalhães Fagundes; Matheus Gomes dos Santos; Rodrigo Paula de Barros; Toni da Conceição; Diogo Barbosa Gomes; Caio da Silva Figueiredo; Evandro da Silva Santos. As mortes foram registradas em pelo menos 10 pontos diferentes da comunidade.
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