Domingo, 29 de Setembro de 2019 às 13:12, por: CdB
Realizada pelo artista canadense Timothy Schmalz, a obra ficará no Vaticano e representa um barco repleto de migrantes.
Por Redação, com Ansa - de Roma
O papa Francisco celebrou neste domingo, na Praça São Pedro, Vaticano, uma missa pela Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado e inaugurou uma escultura de bronze em homenagem aos que deixam suas casas para viver em outro país.
Realizada pelo artista canadense Timothy Schmalz, a obra ficará no Vaticano e representa um barco repleto de migrantes. Ela é inspirada em uma passagem da Bíblia que diz: "Não se esqueçam da hospitalidade, porque foi assim que alguns hospedaram anjos, sem o saber”.
"Devemos ter uma atenção particular com os forasteiros, assim como com viúvas, órfãos e todos os descartados dos dias de hoje", disse o líder católico em sua homilia, acrescentando que migrantes e refugiados são vítimas da "cultura do descarte”.
A missa foi assistida na Praça São Pedro por 40 mil pessoas, segundo o Vaticano.
— Como cristãos, não podemos ser indiferentes frente ao drama das velhas e novas pobrezas, das solidões mais escuras, do desprezo e da discriminação contra quem não pertence a nosso grupo. Não podemos permanecer insensíveis, com o coração anestesiado, perante a miséria de tantos inocentes. Não podemos não chorar. Não podemos não reagir — afirmou.
Refugiados
Francisco, que discorda frontalmente do discurso político neofascista, em curso na Itália, disse ainda que o mundo atual é "cada dia mais elitista e cruel com os excluídos”. Os países em desenvolvimento perdem seus "melhores recursos naturais e humanos em benefício de poucos mercados privilegiados”, acrescentou.
— As guerras atingem apenas algumas regiões do mundo, mas as armas para fazê-las são produzidas e vendidas em outras regiões, as quais depois não querem se responsabilizar pelos refugiados produzidos por tais conflitos — salientou.
A missa foi acompanhada de cânticos nos idiomas de origem de migrantes e refugiados. No momento do ofertório, os dons do Papa foram levados por famílias da Itália, da Nigéria, da Síria, das Filipinas e da Eslováquia.