Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Lula volta expressar desconfiança nos planos do presidente do BC

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Segunda, 06 de Fevereiro de 2023 às 12:45, por: CdB

As observações de Lula ocorrem diante do cálculo que produção industrial brasileira deve fechar 2023 com uma queda de 0,5%, segundo a própria Fiesp. A economia brasileira, de acordo com a Federação, tende a desacelerar, assim como em grande parte do mundo.

Por Redação - do Rio de Janeiro

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou, nesta segunda-feira, as críticas à atuação do Banco Central do Brasil (BC) e contestou o atual patamar da taxa básica de juros no país, a Selic.
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— Não existe justificativa nenhuma para que a taxa de juros esteja em 13,5% (a Selic está em 13,75% ao ano). É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juro — criticou. A manifestação ocorreu durante a posse do novo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, no Rio de Janeiro. — O problema não é de banco independente, não é de banco ligado ao governo. Problema é que esse país tem uma cultura de viver com os juros altos — acrescentou Lula.

Reclamações

Lula também conclamou setores do empresariado a ampliar os níveis de cobrança sobre os juros no país. Lula disse que a "classe empresarial precisa aprender a reivindicar, a reclamar dos juros altos". — Quando o Banco Central era dependente de mim, todo mundo reclamava. O único dia em que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) falava era quando aumentava os juros. Era o único dia (…). Agora, eles não falam — sublinhou o presidente. As observações de Lula ocorrem diante do cálculo que produção industrial brasileira deve fechar 2023 com uma queda de 0,5%, segundo a própria Fiesp. A economia brasileira, de acordo com a Federação, tende a desacelerar, assim como em grande parte do mundo, como consequência da elevação das taxas de juros para conter a inflação global.

Setores

Para o economista-chefe da Fiesp, Igor Rocha, os estímulos fiscais feitos pelo governo no ano passado, principalmente por meio da ampliação de programas sociais, têm efeito restrito diante do ciclo de alta dos juros. — Os efeitos dos estímulos fiscais na atividade se esgotam rapidamente em um cenário de juros mais altos — afirma Rocha. De acordo com dados da Fiesp, 11 dos 25 setores da indústria de transformação perderam força no ano passado, entre os quais as indústrias têxtil, metalúrgica e de móveis. Segundo dados divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial recuou 0,7% no acumulado de 2022. Em 2021, o setor havia registrado alta de 3,9%. Em dezembro, na comparação com novembro, não houve variação. Com o resultado, a indústria brasileira se situa 2,2% abaixo do patamar pré-pandemia de Covid-19, em fevereiro de 2020. A produção industrial está 18,5% abaixo do nível recorde da série histórica, alcançado em maio de 2011.
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