A iniciativa foi anunciada, nesta quinta-feira, durante a reunião do presidente com reitores de universidades e institutos federais de educação tecnológica. Ao lado dos ministros da Educação, Camilo Santana; da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos; e da Casa Civil, Rui Costa, Lula foi enfático sobre a mudança radical na realidade do setor com o início de seu governo.
Por Redação - de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem formado, ao lado de outros líderes de nações democráticas, uma frente mundial contra o fascismo. Nas reuniões que manterá nos próximos dias com dirigentes latinos e norte-americanos, Lula conversará sobre uma resposta ao crescimento da ultradireita, principalmente nas Américas e na Europa.
A iniciativa foi anunciada, nesta quinta-feira, durante a reunião do presidente com reitores de universidades e institutos federais de educação tecnológica. Ao lado dos ministros da Educação, Camilo Santana; da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos; e da Casa Civil, Rui Costa, Lula foi enfático sobre a mudança radical na realidade do setor com o início de seu governo.
— Não existe na história da humanidade nenhum país que tenha conseguido se desenvolver sem que antes tenha resolvido problemas na formação de seu povo. Eu sei do obscurantismo desses quatro anos. Estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo — disse Lula, sob fortes aplausos.
Pesquisa
Em linha com a análise sobre o avanço das hostes fascistas, no mundo, Lula referiu-se ao governo de Jair Bolsonaro (PL), marcado por perseguições à educação, ciência e tecnologia não apenas no discurso. Mas à política que na prática asfixiou financeiramente as instituições, que tiveram de cortar programas, inclusive de permanência ao estudante, prejudicando os mais pobres. E também afetaram a pesquisa.
Lula também deixou claro que, a exemplo de seus governos anteriores, respeitará a escolha interna.
— Não pensem que eu vou escolher os reitores que eu gosto. Quem tem que gostar do reitor são os funcionários da universidade, os estudantes. E todos os anos teremos reuniões para os reitores me cobrarem, cobrarem do ministro. Eu não farei nada sozinho, faremos juntos — garantiu.
Homenagem
Ainda no encontro com os reitores, Lula homenageou o reitor Luiz Carlos Cancellier, que dirigiu a Universidade Federal de Santa Catarina de 2016 a 2017, ano em que cometeu suicídio, em 2 de outubro. À época, Cancellier foi alvo de um inquérito da Polícia Federal (PF), sob a acusação de um suposto desvio de mais de R$ 80 milhões. Um ano após o suicídio, a PF não apresentou provas e encerrou o inquérito. A delegada responsável pelo caso, Erika Marena, era ligada à ‘Operação Lava Jato’ e chefe da ‘Operação Ouvidos Moucos’.
— Cinco anos e quatro meses de uma aberração que aconteceu neste país, que foi a morte do reitor Luiz Carlos Cancellier. Faz cinco anos que esse homem se matou, pela pressão de uma polícia ignorante, de um promotor ignorante, de pessoas insensatas que condenaram as pessoas antes de investigar e antes de julgar — afirmou Lula.
Portas abertas
Nesta quarta-feira, a diretoria da Andifes foi recebida pelo ministro Camilo Santana e a Secretária de Educação Superior, Denise Pires Carvalho. A instituição apresentou ao ministro um conjunto de temas de relevância para as universidades federais, como orçamento, autonomia, assistência estudantil, interação com a educação básica, entre outros.
Segundo a associação, o ministro da Educação assegurou que o MEC está de portas abertas para as universidades e que o atual governo quer dialogar e reconstruir pontes. Além disso, buscar sempre o consenso e o respeito pela autonomia.