O item transportes continuou com deflação, mas a queda de preços foi menor porque passou de -2,63% para -0,19%. Dois grupos tiveram queda: educação, leitura e recreação (de 4,36% para 3,07%) e comunicação, cuja deflação se acentuou, indo de -0,52% para -0,73%).
Por Redação - de Brasília e São Paulo
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) fechou outubro com inflação de 0,69%. O resultado é mais de 30 vezes superior ao de setembro: 0,02%. A informação foi divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta terça-feira.
Entre os principais responsáveis pela alta de um mês para outro figura o grupo de despesas com alimentação, que havia registrado deflação (queda de preços) de 0,29% em setembro e que passou a ter inflação de 0,74% em outubro. Quatro grupos tiveram alta na inflação: habitação (passou de 0,40% em setembro para 0,58% em outubro), vestuário (foi de 0,38% para 0,73%), saúde e cuidados pessoais (de 0,59% para 0,85%) e despesas diversas (de 0,04% para 0,19%).
O item transportes continuou com deflação, mas a queda de preços foi menor porque passou de -2,63% para -0,19%. Dois grupos tiveram queda: educação, leitura e recreação (de 4,36% para 3,07%) e comunicação, cuja deflação se acentuou, indo de -0,52% para -0,73%).
Taxa Selic
Ainda nesta manhã, na divulgação da ata referente à última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o organismo já acusa os impactos do choque de juros nas concessões de crédito para as famílias e no aumento moderado da inadimplência, conforme ata divulgada nesta terça-feira.
"Nota-se um impacto nos dados recentes referentes tanto à composição das concessões de crédito para as famílias quanto ao aumento moderado da inadimplência, em parte associados a uma dinâmica na renda real disponível que sugere retração", disse o BC no documento.
Na última quarta-feira, às vésperas do segundo turno das eleições, o Copom manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Foi a segunda reunião seguida em que não houve alteração no patamar da Selic. No encontro anterior, em setembro, o colegiado do BC interrompeu o seu mais intenso ciclo de aperto monetário desde a adoção do regime de metas para inflação, em 1999.
Questão fiscal
O governo Jair Bolsonaro (PL) havia aprovado, em junho, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) liberando benefícios sociais turbinados à população em meio à corrida presidencial. No segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito presidente do Brasil pela terceira vez no último domingo, fez promessas que terão impacto nas contas do governo em 2023.
"O comitê notou uma maior sensibilidade dos mercados a desenvolvimentos que afetem os fundamentos fiscais, inclusive em países avançados", diz o documento. Segundo o BC, essa sensibilidade deve ser motivo de atenção para países emergentes, como o Brasil.
"A conjunção de taxas de juros mais altas com endividamentos soberanos em patamares historicamente elevados suscita questionamentos sobre a sustentabilidade do endividamento público em diversos países. Além disso, a menor liquidez presente nos mercados de títulos soberanos eleva a percepção de riscos e demanda monitoramento", concluiu.