Francisco e Cirilo participarão de um congresso inter-religioso em Nur-Sultã, capital do Cazaquistão, em 14 e 15 de setembro, uma oportunidade para realizar um encontro que deveria ter ocorrido em junho, no Líbano, mas acabou cancelado por causa da guerra na Ucrânia.
Por Redação, com ANSA - da Cidade do Vaticano
O papa Francisco se reuniu com um representante da Igreja Ortodoxa Russa nesta sexta-feira, em meio aos rumores sobre um possível encontro com o patriarca de Moscou, Cirilo, no Cazaquistão.
Essa foi a primeira reunião presencial do pontífice com um integrante do alto escalão da Igreja Ortodoxa Russa desde o início da invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro.
O encontro foi com o presidente do Departamento de Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou, metropolita Antonio de Volokolamsk, que na quinta-feira já havia se reunido com o secretário da Santa Sé para Relações com os Estados, arcebispo Paul Richard Gallagher.
Segundo comunicado do Patriarcado de Moscou, o encontro ocorreu a convite de Jorge Bergoglio. "Durante a conversa, realizada em italiano, o papa Francisco e o metropolita Antonio discutiram diversos temas que estão na ordem do dia das relações ortodoxo-católicas, inclusive no contexto dos processos políticos em curso no mundo", diz a nota.
Congresso inter-religioso
Francisco e Cirilo participarão de um congresso inter-religioso em Nur-Sultã, capital do Cazaquistão, em 14 e 15 de setembro, uma oportunidade para realizar um encontro que deveria ter ocorrido em junho, no Líbano, mas acabou cancelado por causa da guerra na Ucrânia.
Jorge Bergoglio já se reuniu com Cirilo uma vez, em 2016, em Havana, em um gesto inédito de reaproximação entre católicos e ortodoxos, mas a invasão russa na Ucrânia expôs as diferenças entre os dois.
O Papa já fez dezenas de discursos condenando o conflito e o "massacre" contra a população civil ucraniana, enquanto o patriarca de Moscou, alinhado com o regime de Vladimir Putin, demonstrou apoio à invasão e culpou o Ocidente pela guerra.
Francisco e Cirilo chegaram a fazer uma reunião virtual em 16 de março, quando o líder católico disse ao patriarca que ele não poderia se comportar como o "coroinha de Putin".