Há algumas semanas, FHC também disse que poderá votar no candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no caso de um segundo turno contra o presidente atual. Ele também tem dito a interlocutores, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, que uma possível chapa entre Lula e o ex-tucano Geraldo Alckmin (sem partido) seria positiva.
Por Redação - de São Paulo
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos articuladores do golpe contra a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), em 2016, chegando a apoiar ainda que timidamente a eleição do mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), agora quer que o atual governo termine "o quanto antes”. A declaração ocorreu em entrevista, ainda inédita, à Cebri Revista, publicação trimestral de relações internacionais da instituição fundado há 23 anos.
Na conversa, FHC refere-se à política externa de Bolsonaro. De acordo com o tucano, os estragos causados pelo atual governo ainda podem ser revertidos.
— Espero que termine esse governo Bolsonaro o quanto antes, antes que o estrago seja muito grande. A volta não é difícil — disse o ex-presidente.
Peso específico
FHC afirmou, ainda, que o Brasil precisa voltar a dialogar com os países vizinhos para reforçar sua imagem diante das grandes potências.
— É fácil voltar porque um país como o Brasil tem um peso específico e colocando seu peso a favor da integração, ou melhor, do diálogo com esses vários países (vizinhos), sua voz será mais forte. Será mais ouvida. Ouvida por quem? Pela Europa, pelos EUA, pelo Japão, pela China, os que realmente têm poder no mundo. Se nós falamos por um conjunto, temos muito mais poder do que falando sozinhos. Eu acho que é uma lógica caipira: 'vamos nos isolar porque é melhor e estamos vivendo entre nós’ — acrescentou.
Há algumas semanas, FHC também disse que poderá votar no candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no caso de um segundo turno contra o presidente atual. Ele também tem dito a interlocutores, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, que uma possível chapa entre Lula e o ex-tucano Geraldo Alckmin (sem partido) seria positiva para a democracia brasileira.
Resistências
O fundador do PSDB se soma a aliados de Lula e Alckmin quanto à construção da chapa conjunta, que já estaria pavimentada, apesar de algumas vozes em contrário em ambas as legendas. Apesar de linhas divergentes no plano econômico, interlocutores de Alckmin afirmam que diferenças pontuais nas propostas do petista e do ex-tucano não serão entraves para a aliança.
A leitura de quem acompanha as conversas entre Lula e Alckmin é a de que ambos querem fazer a chapa acontecer e, para isso, estão dispostos a superar diferenças –a união pode ser anunciada em fevereiro. O ex-governador já abandonou os movimentos para disputar novamente o Palácio dos Bandeirantes e se concentra em debater os problemas brasileiros.
Lula, por sua vez, não viu mais surgirem especulações de nomes de vices depois que o de Alckmin entrou na roda. Petistas afirmam que, na opinião do ex-presidente, o jantar que os reuniu publicamente demonstrou que as resistências no partido e na opinião pública foram menores do que o esperado, o que é um sinal positivo para uma futura aliança.