Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Fazendeiros destroem barracos de ocupação do MST em Jacobina

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Domingo, 05 de Março de 2023 às 08:31, por: CdB

Barracos foram desmanchados e colchões incendiados. Sob tensão, as famílias sem-terra saíram do local. Foram para outro acampamento a alguns quilômetros dali, já existente desde 2008, onde há o projeto de uma barragem do governo do Estado da Bahia.


Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília


Com um caminhão de som tocando o hino nacional, fazendeiros fizeram um ato com um comboio de veículos, na tarde da última sexta-feira, até a Fazenda Limoeiro, em Jacobina (BA). A área estava ocupada por cerca de 150 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde o último 27 de fevereiro.




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"Esse conflito precisa ser mediado pelo governo federal e o governo do estado", afirma dirigente do MST na Bahia

Barracos foram desmanchados e colchões incendiados. Sob tensão, as famílias sem-terra saíram do local. Foram para outro acampamento a alguns quilômetros dali, já existente desde 2008, onde há o projeto de uma barragem do governo do Estado da Bahia.


Em vídeos feitos pelos próprios fazendeiros circulando em redes sociais, é possível escutar frases como "vai embora, cambada de vagabundo", "quebra o pau nas costas deles", "toca gasolina e bota fogo nos cara" e "estamos revidando".


– Com a violência, muita gente ficou com medo. Ficamos até a manhã de sábado procurando gente no mato, porque teve gente que correu para o fundo da fazenda e se perdeu na mata – descreve Abraão Brito, articulador político do MST na Chapada Diamantina. "O que os fazendeiros fizeram lá não existe porque não foi expedida a ordem de reintegração de posse para despejar as famílias", afirma.


A Polícia Militar esteve no local durante o conflito. De acordo com o MST, alguns fazendeiros estavam armados, mas não foram abordados. Já os trabalhadores rurais tiveram equipamentos de trabalho, como enxadas, retidos.



"Não tem ninguém trabalhando na terra"


A Fazenda Limoeiro tem 1,7 mil hectares e, segundo o movimento, está improdutiva há 15 anos. "As famílias estavam dando vida à fazenda. Reafirmo: é uma fazenda abandonada, não cumpre com a função social. Não tem curral, não tem casa, não tem pasto, não tem gado, não tem energia, não tem ninguém trabalhando na terra", relata Brito.


– Aquela área precisa virar um assentamento da reforma agrária – defende. "O MST vai sentar e avaliar, porque do jeito que ficou não vamos permitir ficar. Quem está governando o Brasil é a democracia e nós não vamos dar um passo atrás. Vamos resistir, dialogar com as famílias e retomar essa área", afirma.



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