Levado a julgamento, autor do atentado que deixou cinco mortos no Colorado em 2022 declarou-se culpado pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.
Por Redação, com DW - de Nova York
O atirador que matou cinco pessoas ao abrir fogo no ano passado em uma casa noturna LGBTQ no Colorado, Estados Unidos, foi sentenciado à prisão perpétua na segunda-feira.
Anderson Lee Aldrich, 23, admitiu a culpa pelas mortes e por atentar contra a vida de outras 46 pessoas, além de não refutar duas acusações de crime motivado por preconceito.
A sentença, que exclui a possibilidade de liberdade condicional, é fruto de um acordo judicial firmado com promotores estaduais para poupar parentes das vítimas e sobreviventes do atentado de um processo longo e doloroso nos tribunais.
– Você atentou contra um grupo de pessoas por elas simplesmente existirem – afirmou o juiz Michael McHenry. "Como tantas outras pessoas na nossa cultura, você escolheu encontrar poder naquele dia atrás de um gatilho de uma arma. Suas ações refletem a mais profunda maldade do coração humano, e a maldade quase sempre nasce da ignorância e do medo."
Antecedentes
Aldrich cometeu o atentado quase um ano após ser preso por ameaçar os próprios avós, estocar armas e jurar se tornar "o próximo assassino em massa".
A denúncia acabou sendo arquivada após a mãe e os avós de Aldrich se negarem a cooperar com a promotoria e prestar depoimento. Liberado, Aldrich continuou estocando armas mesmo após ter parte de seu arsenal apreendido pelas autoridades.
Atentado
Em 19 de novembro de 2022, Aldrich invadiu uma casa noturna LGBTQ, o Club Q, na cidade de Colorado Springs, e abriu fogo contra o público usando um rifle semiautomático, matando cinco e ferindo outros 25, parando apenas após ser detido por uma pessoa que frequentava a casa.
O atentado, executado na noite em que o clube festejava o Dia Internacional da Memória Transgênero, celebrado oficialmente no dia seguinte, 20 de novembro, pesou sobre a comunidade LGBTQ.
A data é justamente dedicada à lembrança de vidas trans perdidas para a violência transfóbica, e o Club Q tinha a fama de ser um porto seguro.
O episódio se soma a uma longa história de ataques a locais LGBTQ nos Estados Unidos, o mais mortal tendo matado 49 pessoas em uma boate em Orlando, Flórida, em 2016.