O Boletim Focus, que reúne dados levantados com economistas consultados pelo Banco Central (BC), aponta para uma inflação acima do teto da meta estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em 5,03%. O BC tem como meta que a inflação fique em 3,5% em 2022, com um intervalo de tolerância de 1,5 p.p. para cima ou para baixo.
Por Redação - de São Paulo
A disparada do Índice Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, ao longo do ano passado, forçou o Banco Central (BC) e o Ministério da Economia a promover ajustes monetários agressivos e penalizou especialmente os brasileiros mais vulneráveis socialmente, com boa parte do índice sendo puxado por alimentos e pelo combustível. O IPCA entrou 2022 em dois dígitos, com tendência a manter o ritmo de alta nos primeiros meses do ano.
O Boletim Focus, que reúne dados levantados com economistas consultados pelo Banco Central (BC), aponta para uma inflação acima do teto da meta estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em 5,03%. O BC tem como meta que a inflação fique em 3,5% em 2022, com um intervalo de tolerância de 1,5 p.p. para cima ou para baixo. Ou seja, 2% é o piso da meta e 5% é o teto.
Incertezas
Para 2022, um dos principais motivos de preocupação é a política fiscal do governo, segundo os analistas do Bank of America (BofA). O analista David Beker afirmou que a política atual focada no pagamento de auxílio à população – devido à covid – pode pressionar a demanda agregada e causar uma deterioração ainda maior das contas públicas.
— Os questionamentos sobre a questão fiscal aumentam riscos de desancoragem da inflação — acrescentou Beker.
Outro ponto de pressão, ainda segundo o BofA, é o dólar. A moeda norte-americana tende a ficar em alta devido às incertezas eleitorais, pressionando os preços dos produtos importados, incluindo alimentos e combustíveis. Ao mesmo tempo, o aumento da circulação de pessoas devido ao avanço da vacinação, tem impulsionado o preço dos serviços.