Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

DF: feminicídios cresceram 45% neste ano em relação a 2022

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Segunda, 04 de Setembro de 2023 às 12:03, por: CdB

Oito em cada dez mulheres assassinadas eram mães e praticamente sete em cada 10 foram mortas dentro de casa. Em 84% dos casos, as mulheres já tinham sofrido violência antes de serem assassinadas. 


Por Redação, com ABr - de Brasília


Faltando quatro meses para acabar o ano, o número de mulheres assassinadas em 2023 no Distrito Federal (DF) já supera em mais de 45% os feminicídios do ano passado inteiro. 




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Feminicídios no DF cresceram 45% neste ano em relação a 2022

Enquanto em 2022 foram 17 casos, neste ano o número já chega a 25. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do DF e foram atualizados até o dia 29 de agosto. 


Oito em cada dez mulheres assassinadas eram mães e praticamente sete em cada 10 foram mortas dentro de casa. Em 84% dos casos, as mulheres já tinham sofrido violência antes de serem assassinadas. 


Gisele Ferreira, secretária da Mulher do DF, diz que não dá para colocar um policial em cada casa e por isso é preciso que a mulher denuncie os abusos antes que o pior aconteça.


Nós estamos intensificando cada vez mais o acolhimento, falando que a mulher tem que procurar ajuda, tem que denunciar e que existem várias formas de violência, porque antes do feminicídio eles dão sinais: começam com um empurrão, com palavras, disse Gisele. Então, a gente tem que colocar toda a sociedade para unir esforços". 


Só que os próprios dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que em mais da metade dos casos (52%), registrados neste ano, as mulheres já tinham feito boletins de ocorrência.


Para o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, é preciso que a solução para o problema seja cobrada não só do Poder Público, mas de toda a sociedade.  


– É necessária essa integração de várias areas de governo, mas não só isso. Há que se cobrar o engajamento da sociedade civil. Tem que participar. A imprensa é importantissima nesse processo. Então, a gente tem difundido na Secretaria de Segurança Pública, como uma meta, esse engajamento da população por meio das denúncias e isso demanda mudança de cultura. 



Mulheres vítimas de violência 


Thaís Oliveira, do Movimento de Mulheres Olga Benário, defende a reabertura da Casa Ieda Delgado, referência no atendimento a mulheres vítimas de violência e que funcionava em um imóvel abandonado no Guará, região administrativa do DF. Uma ação de reintegração de posse movida pelo próprio governo do Distrito Federal fechou o serviço. Ela explica que o processo para a reabertura do local está na Justiça, mas que o governo vem argumentando no tribunal que os serviços que presta já são suficientes.   


– Gostaríamos de ter um imóvel que estivesse abandonado pra conseguir fazer esse atendimento às mulheres, proporcionar abrigo, acolhimento e também ser um centro de informação sobre como se prevenir, quais os equipamentos do Estado estão  disponíveis para o combate à violência contra a mulher. O principal argumento deles é que o governo já faz o suficiente, que o governo dispõe de equipamentos como o pró-vitima, como a casa da mulher brasileira. Ou seja, para o governo os feminicídios que existem são números pequenos.


Em todo o Distrito Federal existem apenas duas delegacias especializadas de atendimento à mulher, uma na Asa Sul e outra na região administrativa de Ceilândia. Existe apenas uma Casa da Mulher Brasileira, também em Ceilândia, que oferece atendimento especializado a vítimas de violência. A unidade da Asa Norte foi interditada em 2018 pela Defesa Civil, porque o prédio apresentava problemas estruturais, e nunca foi reaberta. 






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