Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Desalento entre os trabalhadores diante da crise bate novo recorde

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Quinta, 20 de Maio de 2021 às 11:00, por: CdB

Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e consideram o período do trimestre encerrado em fevereiro de 2020 – antes, portanto, do coronavírus se espalhar pelo Brasil – e o mesmo período de 2021.

Por Redação - do Rio de Janeiro

O desânimo e a falta de esperança atingem cada vez mais brasileiros, segundo constata pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira. Segundo o estudo, cerca de 1,3 milhão de trabalhadores deixaram de procurar emprego no primeiro ano da pandemia da covid-19,.

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O desespero por uma vaga de trabalho fica mais visível entre os brasileiros mais pobres

O grupo passou a integrar a categoria de trabalhadores desalentados no país – profissionais sem emprego e que desistiram de procurar novas vagas por acreditar que não terão vez no mercado de trabalho. Na avaliação dos economistas, a situação expõe as dificuldades impostas pela pandemia à busca por oportunidades.

Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e consideram o período do trimestre encerrado em fevereiro de 2020 – antes, portanto, do coronavírus se espalhar pelo Brasil – e o mesmo período de 2021.

Novo recorde

O total de desalentados chega, assim, a 5,952 milhões no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, o maior da série histórica do IBGE, com dados desde 2012. Representa mais do que o dobro da população de Salvador (BA), de 2,9 milhões de habitantes.

Mesmo sem trabalho formal ou informal, o grupo não é considerado desempregado. É que, para as estatísticas oficiais, uma pessoa está desocupada quando segue em busca de recolocação profissional com ou sem carteira assinada. Isso não é feito pelos desalentados. No trimestre até fevereiro, a população desempregada chegou a 14,4 milhões no país, outro recorde da série histórica.

— A pandemia expulsou parte das pessoas do mercado de trabalho, e elas não conseguiram voltar — afirmou a jornalistas o economista Hélio Zylberstajn, professor sênior da FEA-USP e coordenador do Projeto Salariômetro, da Fipe.

Capital humano

Professor do Insper, o economista Sérgio Firpo acentua que o quadro provoca uma “depreciação do capital humano”. Segundo afirmou; além do fechamento de postos de trabalho, as restrições a deslocamentos na crise sanitária também favorecem a alta do desalento. A paralisação de escolas é outro fator que pode afastar parte dos profissionais do mercado, pela necessidade de cuidar dos filhos em casa, completa Firpo.

— É como se estivéssemos jogando fora recursos humanos neste momento. O capital humano se deprecia porque não é utilizado. Isso tem efeitos perversos — resume.

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