O Executivo defende a redução da taxa de juros para, segundo seus argumentos, estimular o crescimento da economia. Já o BC - que foi declarado independente em 2021, ou seja, trabalha sem o aval do governo - justifica manter as taxas entre as mais altas do mundo como necessária para controlar a inflação.
Por Redação, com BdF - de Brasília
No debate acalorado sobre a taxa de juros, no país, tem gerado repercussões no Congresso, onde o tema é sensível principalmente aos parlamentares que detêm mandatos definidos pela esquerda brasileira. Um dos principais embates deste início de governo Lula é com o Banco Central (BC).
O Executivo defende a redução da taxa de juros para, segundo seus argumentos, estimular o crescimento da economia. Já o BC - que foi declarado independente em 2021, ou seja, trabalha sem o aval do governo - justifica manter as taxas entre as mais altas do mundo como necessária para controlar a inflação. Apesar do destaque dessa pauta, na mídia conservadora, não são muitos os parlamentares que comentam publicamente a disputa. Um deles é o senador Humberto Costa (PT CE).
— Acho que o presidente Lula está inteiramente certo nos questionamentos que ele tem feito. A política que vem sendo implementada pelo Banco Central hoje, ata definitivamente qualquer possibilidade de crescimento econômico neste ano de 2023. E eu creio que também é ineficiente para o controle da inflação — afirmou.
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A autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso em 2021, como ferramenta para barrar o aumento descontrolado de preços. Mas não só isso.
— Uma das coisas que nós defendemos quando houve a decisão de criar a independência do Banco Central, é de que o mandato do Banco Central não deveria ser apenas o mandato de controlar a inflação, mas tinha que levar, por conseguinte, também a preocupação com o nível de emprego — acrescentou.
Segundo Costa, “o presidente Lula está inteiramente certo nos questionamentos que ele tem feito, de um ponto de vista do conteúdo”.
— A política que vem sendo implementada pelo Banco Central hoje, ata definitivamente qualquer possibilidade de crescimento econômico neste ano de 2023. E eu creio que também é ineficiente para o controle da inflação. Veja que há dois anos consecutivos nós temos uma inflação acima da meta, mesmo com o Banco Central independente. Agora, o que precisa ser também objeto da discussão é o que fazer objetivamente. Primeiro, eu tenho a opinião de que o presidente da República é muito maior do que o presidente do BC — resumiu.