Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

CPI pede o banimento de Bolsonaro das redes sociais

Arquivado em:
Terça, 26 de Outubro de 2021 às 12:08, por: CdB

A CPI também aprovou o encaminhamento de informações sobre o episódio ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) também vão encaminhar recomendação para que o Congresso se posicione.

Por Redação, com RBA - de Brasília
Antes da leitura do relatório final, a CPI da Covid aprovou requerimentos que pedem a quebra de sigilo telemático das redes sociais do presidente Jair Bolsonaro, além da suspensão de suas contas e uma retratação. A solicitação, feita nesta terça-feira, é motivada após o presidente da República associar, de maneira mentirosa, a vacina contra covid-19 ao desenvolvimento do vírus da aids.
bolso-live.jpg
Bolsonaro foi suspenso do YouTube, onde divulga suas transmissões semanais
A CPI também aprovou o encaminhamento de informações sobre o episódio ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) também vão encaminhar recomendação para que o Congresso se posicione sobre o tema. — Presidência é uma instituição, não é um cargo de boteco. Como o presidente que se reporta ao povo brasileiro baseado em estudo que não tem cabimento nenhum, quando estamos implorando para a população se vacinar? — questionou Aziz.

Relatório

Ainda durante o início da reunião da CPI da Covid, senadores apresentaram alguns pedidos ao comando da comissão. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) fez um apelo ao relator, Renan Calheiros (MDB-AL), para inclusão no relatório do crime de genocídio de povos indígenas. De acordo com o senador, mais de 1,2 mil indígenas perderam a vida na pandemia, pelas políticas criminosas do governo Bolsonaro. — O crime de genocídio de indígenas é um grupo específico e podemos imputar dois crimes: contra a humanidade e também o genocídio de povos indígenas. Temos inúmeros documentos provando a omissão do governo federal, que só agiu após determinação do Supremo. Então, faço mais um apelo para que coloque isso no relatório, pois 1.200 indígenas perderam a vida. Se o Ministério Público entender que o crime contra humanidade absorve o crime de genocídio, vou entender — afirmou o parlamentar. Aziz determinou que a leitura dos votos em separado seja feita em 15 minutos, com tolerância de mais cinco minutos. Quem abriu a leitura foi senador governista Eduardo Girão (Pode-CE). Apesar de defender o presidente da República, o parlamentar disse que Bolsonaro poderia ter dado exemplo ao incentivar e usar a máscara em público, além de evitar aglomerações.

Indiciamentos

Em seu voto ao relatório da CPI da Covid, Girão afirmou que Bolsonaro não teve uma postura de assumir a coordenação das ações, muito menos foi sensível às perdas do povo brasileiro e solidarizando-se com os familiares. “É bem verdade que a antecipação do pleito eleitoral, marcadamente pelas lamentáveis e desastradas posturas do governador de São Paulo, contribuiu para as escolhas do presidente. Mas, mesmo neste contexto, foi negativa e reprovável a sua atuação”, criticou. Em seguida, Marcos Rogério (DEM-RO), também defensor das ações do governo na pandemia, leu seu voto. Diferente do antecessor, Rogério criticou a condução da CPI e o Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu Bolsonaro e pediu uma punição a estados e municípios. Na versão atualizada do parecer final, Renan ampliou a lista de sugestões de indiciamentos. O número subiu de 68 para 78 pessoas e empresas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo