Cientista que virou enredo de Cartola é reverenciado em seu centenário

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Publicado sábado, 13 de julho de 2024 as 11:05, por: CdB

Se, fisicamente, partiu aos 80 anos, sua memória, pesquisas e estudos resistem ao tempo. Especialmente quando o tema é energia nuclear, raios cósmicos e a partícula atômica méson pi, descoberta ao lado dos dois outros físicos renomados:  o italiano Giuseppe Occhialini e o britânico Cecil Frank Powell.

Por Fábio Pinheiro Lau – do Rio de Janeiro

Ele é um brasileiro enraizado pelo mundo. César Lattes, um dos grandes nomes da Ciência no Brasil, é e será lembrado em qualquer ambiente onde haja o estudo profundo da Física. E o que pouca gente sabe sobre este cientista é que ele inspirou um samba vitorioso da Estação Primeira de Mangueira, composto por duas das suas maiores estrelas da música: Mestre Cartola e Carlos Cachaça.  Nascido em Curitiba num dia como aquele 11 de julho, quando estaria completando 100 anos, ele mereceu outra homenagem agora conferida pelos seus pares: o CNPq batizou o sistema utilizado para cadastrar cientistas, pesquisadores e estudantes como o nome de Plataforma Lattes.

Cesar Lattes
O cientista Cesar Lattes integrou a equipe do físico britânico Cecil Frank Powell

Mas, se fisicamente partiu aos 80 anos, sua memória, pesquisas e estudos resistem ao tempo. Especialmente quando o tema é energia nuclear, raios cósmicos e a partícula atômica méson pi, descoberta ao lado dos dois outros físicos renomados:  o italiano Giuseppe Occhialini e o britânico Cecil Frank Powell.

 

Nature

E por conta desta descoberta, Powell, e apenas ele, recebeu o Prêmio Nobel de Física de 1950. E por que a tão badalada honraria se restringiu a Cecil e não a todo o grupo – foi a pergunta que César Lattes mais ouviu até o fim da vida? Porque o brasileiro e o italiano eram chefiados por Cecil que, em função disso, mereceu a distinção.

César Lattes trabalhou na USP, UFRJ, na Universidade da Califórnia e foi bolsista na Fundação Rockfeller. Lá, após aprimorar conhecimento na Física, foi considerado entre seus pares como o maior cientista brasileiro.

Ainda sobre o samba vitorioso da Mangueira, vencedor no Carnaval Carioca de 1949, cabe um registro: dois anos antes, Lattes havia virado notícia ao desenvolver a partícula Pic du Midi. O feito foi publicado na revista Nature – uma das principais publicações científicas do mundo. Embora um tema restrito ao mundo científico, a conquista tornou-se orgulho nacional.

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