Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

China atinge indústria tecnológica dos EUA após decisão do governo

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Domingo, 24 de Março de 2024 às 15:21, por: CdB

As autoridades começaram a seguir as diretrizes determinadas pela direção do Partido Comunista Chinês (PCCh) para a compra de computadores, laptops e servidores com processadores e sistemas operacionais "seguros e confiáveis" este ano.


Por Redação, com FT - de Londres

A guerra comercial entre EUA e China ganhou, neste domingo, mais um componente na área tecnológica. O governo de Pequim atingiu o Windows, da Microsoft, entre outros programas estrangeiros de gerenciamento de dados ao favorecer hardware e software nacionais.

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Sistema operacional Harmony, da Huawei, passa a substituir os chips norte-americanos em smartphones e computadores chineses


Segundo o diário britânico Financial Times (FT), a China passa a aplicar novas diretrizes sobre a eliminação de microprocessadores norte-americanos da Intel e AMD dos computadores e servidores governamentais, à medida que Pequim intensifica uma campanha para substituir o sistema operacional Windows da Microsoft e o software de gerência de dados com tecnologia estrangeira por soluções genuinamente chinesas.

À medida que as batalhas comerciais entre as duas superpotências se intensificam, as últimas regras de aquisição de Pequim representam o passo mais significativo do país no fomento da produção nacional de tecnologia, “em resposta aos embargos norte-americanos que bloquearam as exportações de chips avançados e ferramentas relacionadas para a China”, acrescenta o jornal londrino.

 

Processadores


As autoridades começaram a seguir as diretrizes determinadas pela direção do Partido Comunista Chinês (PCCh) para a compra de computadores, laptops e servidores com processadores e sistemas operacionais "seguros e confiáveis" este ano, depois que elas foram divulgadas com pouco alarde pelo Ministério da Economia e pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação ainda em 26 de dezembro de 2023. Desde então, os órgãos competentes chineses divulgaram uma lista de 18 processadores aprovados, dentre os quais os da Huawei e do grupo estatal Phytium.

O movimento chinês liderado pelo Estado para se afastar do hardwares e softwares atinge em cheio as empresas norte-americanas na China, a começar pelos fabricantes de processadores para PC Intel e AMD. No ano passado, a China foi o maior mercado da Intel, que absorve 27% dos seus US$ 54 bilhões (cerca de R$ 270,1 bilhões) em vendas. Para a AMD, a China corresponde a 15% dos US$ 23 bilhões (aproximadamente R$ 115 bilhões) de faturamento.

 

Substituição


Para a Intel ou AMD entrarem na lista de processadores aprovados, as empresas deveriam enviar a documentação completa e o código de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de seus produtos. O principal critério de avaliação tem sido o nível de design, desenvolvimento e produção concluído na China, de acordo com um aviso da agência estatal de testes.

Com a substituição dos sistemas operacionais e suas tecnologias, analistas da Zheshang Securities ouvidos pelo FT estimam que o país precisará investir 660 bilhões de yens (cerca de R$ 455,2 bilhões) entre 2023 e 2027 para substituir a infraestrutura de Tecnologia da Informação (TI) no governo, órgãos partidários e oito parques industriais.

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