O fim de semana passado, segundo Dirceu, “foi um exemplo do que deve ser feito, pela forma massiva como a população se manifestou em ruas e praças em todo o país. Temos que manter o espírito desta quinta-feira até domingo. É claro que vamos comemorar a vitória quando as urnas a confirmarem".
Por Redação - de São Paulo
“O momento eleitoral e político nessa reta final da campanha se caracteriza pela defensiva e perda de controle da agenda por parte da campanha de Bolsonaro”. A análise é do ex-ministro José Dirceu, nesta quinta-feira, em um artigo publicado no site de notícias brasiliense Poder360.
Segundo o advogado e um dos influenciadores do PT, ”seria cômico se não fosse trágico, essa tentativa de nos imputar uso indevido do horário eleitoral, sem prova alguma, quando o governo, com o dinheiro dos impostos que pagamos, usa e abusa do malfadado ‘orçamento secreto’, das emendas parlamentares, da máquina pública, dos espaços públicos, das fake news”, escreveu.
“Nossa primeira prioridade é vencer em 30 de outubro. Levar os eleitores a votar, reduzir a abstenção, ganhar apoio dos indecisos e eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), convencer a votar em Lula os que pretendem anular o voto ou votar em branco. Mais importante: ocupar as ruas”, acrescentou.
‘Terceiro turno’
O fim de semana passado, segundo Dirceu, “foi um exemplo do que deve ser feito, pela forma massiva como a população se manifestou em ruas e praças em todo o país. Temos que manter o espírito desta quinta-feira até domingo. É claro que vamos comemorar a vitória quando as urnas a confirmarem, mas teremos que manter a mobilização para assegurar a vigilância e a defesa do resultado eleitoral e da posse do eleito”.
Apenas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lembrou o ex-parlamentar, “tem o poder de impugnar ou não uma eleição e diplomar ou não o candidato eleito no 30 de outubro. Qualquer outra tentativa de questionar o resultado eleitoral é inconstitucional. O importante nessa etapa finalíssima, quando inclusive em São Paulo Lula e Haddad disputam com chances de vencer, é manter a ofensiva e nos preparar, enquanto direção e militância, sempre em conjunto com nossos aliados da forma mais ampla possível, para a batalha do ‘terceiro turno’, se ela vier”, afirmou.
Desespero
Em linha com a análise, no artigo, o ex-presidente LuizLula (PT) comentou nesta quinta-feira a acusação da campanha de Jair Bolsonaro (PL) contra rádios, especialmente do Nordeste, que teriam deixado de veicular suas propagandas eleitorais, beneficiando o candidato petista.
Para Lula, Bolsonaro está "desesperado" e eventuais erros na veiculação de suas propagandas refletem a "incompetência" de sua equipe, já que cabe às campanhas disponibilizarem às emissoras de rádio e televisão os materiais que devem ser divulgados no horário eleitoral.
— Eu não sei o estado psicológico do presidente da República hoje, mas o que eu tenho percebido é que ele tem perdido um pouco o controle, tem acusado desnecessariamente pessoas, tem colocado coisas que não aconteceram em dúvida. Esse negócio das rádios é uma coisa da incompetência da equipe dele, e que nós não temos nada a ver com isso — afirmou Lula.
Decisão
Questionado sobre a possibilidade de adiar as eleições, ideia que tem circulado em núcleos bolsonaristas, o ex-presidente refutou a ideia e disse que Bolsonaro tem o "direito de espernear" à vontade.
— A gente não pode é aceitar essa discussão. As eleições serão no domingo, todo mundo está preparado para votar, o povo já está decidido. Quem vai votar no Bolsonaro vai votar no Bolsonaro, quem vai votar no Lula vai votar no Lula. Nós na verdade temos que disputar algumas pessoas que estão indecisas ou que votaram em branco e nulo. No restante, é o direito de votar, de espernear, de quem está percebendo de que vai perder as eleições — acrescentou.
Ainda segundo Lula, “Bolsonaro está ciente de que vai perder essas eleições, está ciente de que o povo já está tomando uma decisão. Ele acompanha pesquisa, estuda pesquisa, encomenda pesquisa e sabe que ele vai perder essas eleições porque o povo está precisando de mudança”.
— O povo quer um Brasil mais alegre, com esperança, com prazer de ser brasileiro. O povo quer um país que distribua livros, e não armas, que distribua emprego. Os servidores públicos não receberam nenhum reajuste de salário desde 2017. É uma coisa absurda. E o povo quer mudar. O presidente Bolsonaro tem o direito de espernear, de recorrer, de processar. E vamos tocar, porque a vida segue — concluiu.