Allan dos Santos, citado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por propagação de desinformação, fugiu do país após ser expedido o mandado de prisão preventiva; além de uma ordem de extradição nos Estados Unidos, onde reside atualmente.
Por Redação - de São Paulo
Foragido da Justiça há quase três anos, o blogueiro Allan dos Santos reapareceu nas redes sociais, nesta terça-feira, para negar o argumento defendido por bolsonaristas de que os atos golpistas do 8 de Janeiro foram causados pela ação de militantes de esquerda, infiltrados no quebra-quebra aos Três Poderes.
— Não tinha. Quem estava envolvido naquele quebra-quebra, de modo intencional, era a gente — garantiu o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), referindo-se especificamente à presença de “infiltrados” nos ataques ao patrimônio público.
Na transmissão do programa ‘Os Fellas Cast’, transmitido no YouTube, Santos desmente a narrativa disseminada pela ultradireita.
— É aquele tipo de baderna que a gente não quer ver — disse o blogueiro.
Suspeito
Allan dos Santos, citado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por propagação de desinformação, fugiu do país após ser expedido o mandado de prisão preventiva; além de uma ordem de extradição nos Estados Unidos, onde reside atualmente.
Embora a Justiça norte-americana, aparentemente, coopere com as autoridades brasileiras, Santos permanece foragido e chegou a desafiar o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, a buscá-lo pessoalmente. O endereço residencial de Allan na Flórida foi alvo de recente busca e apreensão do Federal Bureau of Investigation (FBI, a Polícia Federal dos EUA), mas o suspeito não foi localizado.
Apesar da proibição que pesa contra Santos de acessar as redes sociais, no entanto, é comum ele aparecer em sucessivos perfis e transmissões ao vivo. Dessa vez, no entanto, o blogueiro prestou um desserviço aos políticos bolsonaristas que querem fugir à responsabilidade pelos ataques à Democracia.
‘Tropa de choque’
Um deles é o senador Magno Malta (PL-ES) que alegou, em abril do ano passado, que a investigação sobre o 8 de Janeiro deveria descobrir “quem organizou a ação e quem são os infiltrados no meio dos manifestantes”. Um mês depois, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, retornou com a desinformação.
— Há relatos de que houve infiltrados, pessoas filiadas aos partidos de esquerda — disse o congressista, na primeira sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada para apurar o assunto.
Durante a CPMI do 8 de Janeiro, outros 15 parlamentares disseminaram em seus perfis nas redes sociais a informação falsa, segundo um levantamento mídia conservadora. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) também integra essa lista, ao lado de outros parlamentares da “tropa de choque” bolsonarista, como Marcos do Val (Podemos-ES) e Marco Feliciano (PL-SP).