Adiados em 2020 devido à pandemia do novo coronavírus, os Jogos Olímpicos de Tóquio estão marcados agora para começar em 23 de julho, e os atletas que marcarão presença tentam se preparar em meio às incertezas sobre o evento.
Por Redação, com ANSA - de Tóquio Adiados em 2020 devido à pandemia do novo coronavírus, os Jogos Olímpicos de Tóquio estão marcados agora para começar em 23 de julho, e os atletas que marcarão presença tentam se preparar em meio às incertezas sobre o evento. Estreante em Olimpíadas, o escalador italiano Ludovico Fossali enfrentou dificuldades para adequar o treinamento ao período de lockdown na Itália. – Durante a quarentena no início de 2020, foi difícil reprogramar todas as sessões de treino e ter de me contentar com as ferramentas que tinha em casa. Com os treinos retomados ‘normalmente’ e as Olimpíadas adiadas, consegui mais tempo para treinar – explica o atleta de 23 anos, em entrevista à agência italiana de notícias ANSA. Sua modalidade estreará nos Jogos Olímpicos em 2021, e Fossali sonha em deixar o Japão com uma medalha no peito. Com esse objetivo na cabeça, o escalador não acredita que o evento será novamente adiado ou cancelado. – É uma emoção única, estou realmente honrado em representar a Itália nas primeiras Olimpíadas da escalada esportiva. Eu não acho que os Jogos serão cancelados, neste ano temos as vacinas, e a medicina está conseguindo novas soluções, então estou muito confiante que o vírus não criará grandes interferências – finaliza. Assim como Fossali, a maratonista “azzurra” Giovanna Epis será outra estreante em Olimpíadas. Em entrevista à ANSA, a italiana conta ter ficado “desanimada” com o adiamento e que não descarta a possibilidade de cancelamento dos Jogos, mas revela estar “otimista”. – Assim que ouvi a notícia do adiamento dos Jogos, o mundo caiu sobre mim, fiquei muito desanimada. Demorei alguns dias para perceber que teria um ano a mais para me preparar ainda melhor.O perigo de as Olimpíadas não acontecerem
O perigo de as Olimpíadas não acontecerem esta lá, todos nós sabemos disso, mas sigo treinando porque o otimismo e a serenidade nunca devem deixar um atleta”, afirma. Rodrigo Lambre, da equipe de hipismo do Brasil, também estará pela primeira vez nos Jogos Olímpicos. Ao lado de Eduardo Menezes, Pedro Veniss e Marlon Zanotelli, o atleta se classificou ao faturar a medalha de ouro no salto por equipes nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019. Lambre afirma que, apesar das incertezas sobre a realização ou não das Olimpíadas, ele “segue o plano” de participar de alguns concursos até os Jogos. – No meio hípico, é um momento difícil para muitas pessoas que dependem dos eventos equestres. Eu pude continuar treinando meus cavalos aqui no México e seguir competindo com os protocolos estabelecidos. Pelo que vejo, nada está certo (sobre as Olimpíadas), então nos resta seguir o plano com os concursos que poderemos competir e esperar que tomem a melhor decisão – diz o brasileiro. Já o brasileiro Carlos Parro, membro da equipe do conjunto completo de equitação (CCE) do Brasil e que vai para sua terceira edição de Olimpíadas, conta que o adiamento o ajudou. – Eu tenho dois cavalos em condições de disputar as Olimpíadas, e um deles era um pouco inexperiente, mas um ano a mais ajuda muito na preparação. Junto com meu principal cavalo, tenho chance de chegar entre os primeiros, e em uma competição dessas, pequenos detalhes decidem as medalhas – diz Parro à ANSA.Esgrimista ítalo-brasileira
A esgrimista ítalo-brasileira Nathalie Moellhausen, campeã mundial pelo Brasil em 2019, afirma que a pandemia e o adiamento dos Jogos Olímpicos afetaram a sua preparação, mas destaca que a situação possibilitou “trabalhar de uma forma totalmente diferente”. – Eu estava no auge da temporada e vinha de um ano muito forte, de repente isso foi cortado. Eu tive de trabalhar de uma forma totalmente diferente, mas apesar de ter afetado a preparação, isso não me desmotivou, porque foi um ano muito bom e positivo. Não sei se a palavra certa seria ‘afetar’, porque para mim tudo que aconteceu não foi nada negativo”, afirma Moellhausen à ANSA. Já sobre o possível cancelamento das Olimpíadas, a atleta diz ser “melhor estar pronta para algo que não vai acontecer do que para algo que vai acontecer”. – Eu tenho trabalhado há anos para este sonho, e as Olimpíadas de Tóquio são importantes, mas não são tudo na minha vida. Se amanhã elas não acontecerem, é necessário aceitar e se adaptar.Muitas coisas que fiz neste período foram positivas e me permitiram evoluir novas formas de trabalhar, que não são só para a minha carreira esportiva, mas também para depois. A vida não é os Jogos Olímpicos, eles são uma parte e um desafio pessoal que temos”, declara a esgrimista.