Apoio dos maçons a Bolsonaro incomoda líderes evangélicos

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Publicado quarta-feira, 5 de outubro de 2022 as 17:14, por: CdB

O vídeo, aparentemente anterior à chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto, em que dizia que tinha resolvido “percorrer o país para conhecer os problemas”, motivou diversas outras mensagens. Algumas, mais recentes, presumem que Bolsonaro continue a frequentar a templos maçons.

Por Redação, com RBA – de São Paulo

O vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em uma loja da maçonaria causou um profundo incômodo e indignação aos bolsonaristas religiosos, especialmente entre os evangélicos. Mais preocupados com a religião e costumes do que com problemas concretos e objetivos do país, como a fome, o desemprego, a crise econômica e a má gestão da pandemia de covid-19, que em números oficiais matou perto de 690 mil brasileiros, bolsonaristas foram às redes associar o presidente e a maçonaria ao satanismo. Alguns externaram arrependimento por votar no candidato do PL à reeleição.

Bolsonaro maçom
Pouco antes das eleições de 2018, Bolsonaro participou de uma sessão solene entre os maçons

O vídeo, aparentemente anterior à chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto, em que dizia que tinha resolvido “percorrer o país para conhecer os problemas”, motivou diversas outras mensagens. Algumas, mais recentes, presumem que Bolsonaro continue a frequentar a templos maçons.

Outras expressões, pelas redes sociais, voltaram a circular e reacendem o debate sobre a verdade do episódio em que Bolsonaro teria sido vítima de uma facada, em meio a um ainda nebuloso atentado ocorrido em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG).

Cabo Daciolo

O bombeiro militar, pastor evangélico e político, Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, o Cabo Daciolo, afirma que a facada foi uma ação planejada pela maçonaria.

— Vou dizer o que eu, Daciolo, acho. Está no meu coração, que Deus colocou no meu coração, o que vou revelar agora: eu não acredito em facada de Bolsonaro coisa nenhuma. Eu não acredito. Cabo Daciolo não acredita. Eu não acredito. Vou dizer no que eu acredito: Bolsonaro tinha de fazer uma cirurgia, Bolsonaro tinha de fazer uma cirurgia. E aí a maçonaria, junto com a nova ordem mundial, montou todo esse espetáculo aí. É o que eu acredito, o que está no meu coração — afirmou, em vídeo divulgado no início deste ano em seu canal no YouTube.

Mas Daciolo não para por aí.

— Se isso for de Deus, tudo isso que estou falando aqui, isso vai cair por terra. Observa que logo depois da facada, logo no dia seguinte, Silas Malafaia estava dentro do hospital convocando todo o povo, era 7 de setembro, né? Dia importante pra nação, pra fazer parte dessa caminhada aí desse governo maçom — acrescentou.

Apoio explícito

Assista à declaração de Cabo Daciolo:

A ligação de Bolsonaro com a maçonaria, e dos maçons com a facada, no entanto, é ainda mais antiga. Em maio de 2019, durante a avaliação psiquiátrica a que foi submetido por determinação judicial, o autor da suposta facada em Bolsonaro hoje preso incomunicável, Adélio Bispo de Oliveira, alegou que o então candidato fazia parte de “uma conspiração maçônica para destruir o Brasil”.

O apoio das lojas maçônicas a Bolsonaro também nunca foi secreto. Em 15 de setembro, o mandatário participou do Segundo Encontro de Lideranças Empresariais Maçônicas, em São Paulo. Organizada pela Associação Comercial do Estado, participaram cerca de 1,2 mil empresários. O encontro foi descrito como “oportunidade única de encontrar parceiros comerciais, clientes e fornecedores”.

Seita satânica

Em outro vídeo que retornou às redes sociais, nesta quarta-feira, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, aparece na celebração do casamento da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), em 2020, em uma loja maçônica. Michelle é evangélica e a maçonaria é condenada pela Igreja Católica, além de ser considerada por muitos grupos evangélicos, uma das bases de apoio do bolsonarismo, a uma seita satânica.

Além da primeira-dama, o casamento de Carla Zambelli com o coronel Aginaldo de Oliveira em um templo maçônico também contou com a participação de alguns integrantes do núcleo central do governo Jair Bolsonaro (PL) naquele período, como o ex-juiz suspeito e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (União Brasil), o então ministro da Educação, Abraham Weintraub (PMB), e a ex-secretária especial da Cultura, Regina Duarte.

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