Rio de Janeiro, 23 de Janeiro de 2025

Aborto é uma questão de saúde pública, afirma o líder petista

Arquivado em:
Quarta, 06 de Abril de 2022 às 10:57, por: CdB

O líder popular participou do debate “Brasil-Alemanha-União Europeia: desafios progressistas – parcerias estratégicas”, realizado pela Fundação Perseu Abramo (FPA) e pela Fundação Friedrich Ebert (FES), na noite passada. No encontro, ex-presidente também criticou os conservadores e as pautas do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Por Redação - de São Paulo
“Mulheres pobres morrem tentando abortar, enquanto madames vão para Paris”. A constatação é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), possível candidato à Presidência da República e líder nas pesquisas de opinião. Lula criticou a desigualdade no país e disse que considera esta uma questão de grande relevância, que deve ser tratada no âmbito da saúde pública.
lula-idade.jpg
Possível candidato a um terceiro mandato, o ex-presidente Lula permanece fiel ao seu discurso
Lula disse que há uma enorme diferença entre as mulheres que têm recursos e têm acesso às consultórios mais seguros, e aquelas de baixa renda, que arriscam a vida em clínicas irregulares e terminam morrendo. — A madame pode ir fazer um aborto em Paris, escolher ir para Berlim. Na verdade, (o aborto) deveria ser transformado em uma questão de saúde pública e todo mundo ter direito, e não vergonha — afirmou.

Conservadores

O líder popular participou do debate “Brasil-Alemanha-União Europeia: desafios progressistas – parcerias estratégicas”, realizado pela Fundação Perseu Abramo (FPA) e pela Fundação Friedrich Ebert (FES), na noite passada. No encontro, ex-presidente também criticou os conservadores e as pautas do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, elas são “muito atrasadas” e utilizadas por “um homem que não tem moral para fazer isso”. — É esse cidadão que tenta pregar valores para um grupo brasileiro, que acredita. E eu acho que nós que temos que assumir essa discussão tentando fazer a sociedade evoluir, e não compartilhando do retrocesso que a gente tem nessa discussão — continuou. Em sua participação, Lula também reforçou sua posição contrária às sanções impostas à Rússia por alguns países, principalmente os Estados Unidos, após a invasão da Ucrânia. Segundo afirmou, os bloqueios prejudicam outras nações. — O bloqueio é arma de guerra tão poderosa quanto a bomba atômica, porque ele não está prejudicando o russo, não está prejudicando os Estados Unidos. No nosso caso aqui, da América Latina, está bloqueando quase todos os países não só por conta do preço do petróleo, mas por conta dos fertilizantes e da proibição de vendê-los — concluiu.

Humanidade

Para o líder petista, será necessário promover mudanças no funcionamento da Organização das Nações Unidas (ONU). — É preciso, para o bem da humanidade, defender outra estrutura de governança mundial. A ONU de 1948 já não serve mais. A ONU não representa os anseios da humanidade — definiu. Em defesa do papel diplomático de sua antiga gestão em questões globais, Lula citou um modelo de negócios entre o Mercosul e a Europa pode ser um exemplo para outras nações. — O Brasil pode conquistar a confiança da América do Sul e ser um dos contribuintes para um grande acordo. Nós já sabemos onde erramos e acertamos e foi um erro não termos fechado um acordo entre Brasil e União Europeia. Precisamos fazer um acordo que sirva de modelo para outros negócios mundiais — concluiu.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo