Enquanto nos últimos dois anos, a tentativa fracassada de Bolsonaro de criar um partido só conseguiu 140 mil assinaturas de apoio, a UP, crítica ao presidente, já conseguiu o seu registro e disputou as eleições municipais em 2020, com o lançamento de 99 candidatos a vereador e 15 a prefeito, sem nenhum eleito ainda.
Por Redação - de São Paulo
Com mais filiados do que conseguiu o presidente Jair Bolsonaro (PL), na frustrada tentativa de formar o partido Aliança pelo Brasil, a legenda adversária Unidade Popular pelo Socialismo (UP) concorrerá, pela primeira vez, em uma eleição nacional. Com 3 mil filiados e diretórios na maioria dos Estados, a UP conseguiu o seu registro junto ao TSE em 2019, tornando-se a legenda mais nova do país entre as 33 outras já homologadas.
Para conseguir a criação de um partido político, a legislação brasileira exige, atualmente, a coleta de 491.967 assinaturas de apoiadores distribuídos em pelo menos nove unidades da Federação.
Enquanto nos últimos dois anos, a tentativa fracassada de Bolsonaro de criar um partido só conseguiu 140 mil assinaturas de apoio, a UP, crítica ao presidente, já conseguiu o seu registro e disputou as eleições municipais em 2020, com o lançamento de 99 candidatos a vereador e 15 a prefeito, sem nenhum eleito ainda.
Para este ano, o partido ainda articula apoios e possíveis candidaturas aos governos estaduais e ao Congresso Nacional, mas já lançou sua pré-candidatura à Presidência da República. O presidente do partido, Leonardo Péricles, de 40 anos, pretende concorrer ao maior cargo político do país.
Alianças
De Belo Horizonte e morador da Ocupação Urbana, ele enfrentará sua terceira eleição. Em 2020 foi candidato a vice-prefeito da capital mineira na chapa liderada por Áurea Carolina (PSOL). Anos antes, tentou se eleger como vereador da cidade, na época pelo PDT, mas também não foi bem-sucedido. Em um primeiro momento, Péricles descarta que o partido possa participar de alguma composição com outras legendas no próximo pleito, em âmbito nacional.
— A nossa defesa era que houvesse uma ampla unidade do conjunto dos partidos e organizações do campo da esquerda. Só que sem a direita. Nossa divergência central é esse caminho de buscar alianças com setores da direita — disse o socialista ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), nesta terça-feira.
Segundo afirmou, essa diferença de estratégia é uma das razões da decisão de lançar a candidatura.