A Comissão Europeia, encarregada de centralizar a compra de vacinas para os 27 Estados-membros da União Europeia, estabeleceu como objetivo no início deste ano, vacinar 70% da população adulta, cerca de 255 milhões de pessoas, antes do final do verão no hemisfério norte.
Por Redação, com DW - de Bruxelas
A União Europeia (UE) atingiu a meta de vacinar completamente 70% da população adulta contra a covid-19, anunciou nesta terça-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. No entanto, a discrepância entre o índice de vacinação nos 27 Estados-membros é grande, com alguns bem abaixo desse número.
– Cerca de 70% dos adultos na UE estão totalmente vacinados. Quero agradecer às muitas pessoas que tornaram possível esta grande conquista. Mas temos de ir mais longe. Temos que vacinar mais europeus. E temos que ajudar o resto do mundo a vacinar. Continuaremos apoiando nossos parceiros – escreveu von der Leyen no Twitter.
A Comissão Europeia, encarregada de centralizar a compra de vacinas para os 27 Estados-membros da União Europeia, estabeleceu como objetivo no início deste ano, vacinar 70% da população adulta, cerca de 255 milhões de pessoas, antes do final do verão no hemisfério norte.
Após um começo lento, devido à escassez de vacinas, atrasos nas entregas e a suspensão temporária da administração do imunizante da AstraZenecaem alguns países, Bruxelas conseguiu entregar em julho todas as doses necessárias aos países, que também têm acelerado e aperfeiçoando suas estratégias de vacinação.
Discrepância no número de vacinados
O número de vacinados varia muito entre os 27 Estados-membros, com as nações no leste europeu imunizando bem menos.
No topo da lista está Malta, que já imunizou completamente mais de 90% da população, seguida de Islândia (86,5%) Irlanda (85,5%), Dinamarca (83,5%) e Portugal (82,4%). Espanha, Alemanha, França e Holanda também já vacinaram completamente mais de 70% da população, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC).
No outro extremo da lista, os países da UE que menos vacinaram foram Bulgária (20%), Romênia (31,9%) e Letônia (45,5%).
Apesar de muitos Estados-membros ainda não terem atingido a marca de 70%, a UE já está considerando se uma dose de reforço deve ser administrada, embora a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ainda não tenha se pronunciado sobre se isso será necessário.
Continuidade dos esforços
A Comissária de Saúde, Stella Kyriakides, afirmou tratar-se de "um marco importante" nos esforços para acabar com a pandemia, mas também insistiu que será necessário continuar vacinando, lutando contra a desinformação sobre o assunto e seguindo as medidas de saúde pública.
"Não podemos parar por aqui. As novas variantes exigem que ultrapassemos os 70% para estarmos seguros. Temos que ficar um passo à frente. Temos que resolver urgentemente a lacuna de vacinação preocupante entre os nossos Estados-membros e estar prontos para aplicar vacinas de reforço, se as evidências científicas mostrarem que este é o caminho a seguir ", disse, em nota divulgada por seu gabinete.
Segundo o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, não faltarão vacinas, já que UE aumentou a capacidade de produção e, neste momento, gera "300 milhões de doses por mês".
No segundo semestre, a Comissão Europeia entregará 950 milhões de doses aos Estados-membros, explicou ele em entrevista à televisão pública francesa na semana passada.
Vários países da UE têm enfrentado resistência de parte da população em se vacinar. Para incentivar a imunização, governos de diversos países aderiram à obrigatoriedade de passes sanitários para acessar determinados lugares, como museus e restaurantes.