Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Ucrânia acusa Moscou de colocar minas em barragem

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Sexta, 21 de Outubro de 2022 às 11:07, por: CdB

Segundo Zelensky, Moscou planeja explodir represa de usina hidrelétrica no sul do país. Ruptura da estrutura pode causar "desastre de grandes proporções", alerta o presidente ucraniano.

Por Redação, com DW - de Kiev

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, alertou a comunidade internacional de que a Rússia planeja explodir a barragem de uma usina hidrelétrica na região de Kherson, no sul do país. Kiev lançou uma ofensiva na área, depois de nas últimas semanas ter recuperado diversos assentamentos ocupados por tropas russas.

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Segundo Zelensky, Moscou planeja explodir represa de usina hidrelétrica no sul do país

Em um vídeo divulgado na noite de quinta-feira, Zelensky afirmou que militares russos colocaram minas na barragem da usina hidrelétrica de Kakhovka, localizada no rio Dnipro. Segundo ele, uma explosão da represa faria o canal do norte da Crimeia desaparecer, num "desastre de grandes proporções", afetando cerca de 80 comunidades, incluindo a capital regional, Kherson.

A represa de Kakhovka tem 2,1 mil km² de extensão e foi construída na década de 1950. O canal do norte da Crimeia é a principal fonte de abastecimento de água da península.

– A Rússia está deliberadamente criando as bases para um desastre de grandes proporções no sul da Ucrânia – afirmou Zelensky num apelo direcionado aos líderes da União Europeia (EU), que estavam reunidos em Bruxelas.

De acordo com Zelensky, Kiev tem informações de que, além de colocar minas no local, Moscou está planejando um ataque de bandeira falsa. No vídeo aos líderes europeus, o presidente disse ainda que a Rússia transformou a estrutura energética da Ucrânia num campo de guerra, cujo objetivo, segundo ele, seria, ao causar problemas de aquecimento e apagões, obrigar o maior número possível de ucranianos a deixar o país no inverno.

Ataques à infraestrutura civil

As acusações surgem num momento em que a Rússia lançou uma série de bombardeios à infraestrutura civil da Ucrânia. Os ataques levaram o país a restringir nesta quinta-feira o fornecimento de energia. A empresa responsável pelo setor anunciou cortes de energia de até quatro horas em todas as regiões do país e disse que não descarta outras restrições com a chegada do frio.

Os recentes ataques russos destruíram cerca de 40% do sistema de energia elétrica da Ucrânia, segundo uma autoridade ucraniana do setor. De acordo com Zelensky, desde 10 de outubro, 30% das usinas de geração de energia do país foram destruídas em bombardeios.

A Rússia vem ainda perdendo territórios ocupados após a invasão em fevereiro. Diante do sucesso da ofensiva ucraniana em Kherson, Moscou iniciou a evacuação da região e vem alegando que a Ucrânia está atacando alvos civis na área, algo que Kiev nega. Cerca de 15 mil moradores já foram retirados da região. No total, as autoridades pró-russas pretendem retirar entre 50 mil e 60 mil habitantes em seis dias.

Nesta sexta-feira, a administração pró-russa de Kherson acusou as tropas ucranianas de matar quatro e ferir 10 num bombardeio à ponte Antonovsky, uma das principais rotas de abastecimento para as forças russas no sul da Ucrânia.

Mais de 400 crianças mortas

A Procuradoria-Geral da Ucrânia afirmou nesta sexta-feira que, desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, 429 crianças morreram na Ucrânia em decorrência da guerra, e mais de 800 ficaram feridas. Os ataques russos danificaram ainda 2.663 instituições de ensino em todo o país.

A ofensiva militar lançada em fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de ucranianos, destes, 7,7 milhões fugiram para outros países europeus. Segundo a ONU, o conflito causou a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

De acordo com a ONU, em apenas quase oito meses, a guerra já deixou mais de 6,3 mil civis mortos e 9,6 mil feridos.

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