Trump evitou completamente pisar em território do país aliado – algo que as autoridades israelenses tentaram minimizar ao lembrar que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu visitou a Casa Branca duas vezes neste ano.
Por Redação, com DW – de Berlim
A viagem do presidente dos EUA, Donald Trump ao Oriente Médio nesta semana incluiu Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos.

Mas uma ausência chamou a atenção: Israel.
Trump evitou completamente pisar em território do país aliado – algo que as autoridades israelenses tentaram minimizar ao lembrar que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu visitou a Casa Branca duas vezes neste ano. Ainda assim, pairou entre comentaristas israelenses a sensação crescente de que havia algo estranho no ar.
Conduta
A ausência de Trump em Israel também ocorre em um momento em que o país está enfrentando cada vez mais críticas e isolamento de outras nações por causa da sua conduta na guerra em Gaza.
— Se considerarmos o último mês e, certamente, a última semana, em uma série de movimentos e declarações, Trump não apenas marginalizou completamente Netanyahu e o manteve fora do circuito, mas também marginalizou Israel como se não fosse um aliado — disse à agência alemã de notícias Deutsche Welle (DW) o ex-diplomata israelense Alon Pinkas, que hoje atua como colunista do jornal israelense Haaretz, publicação que é bastante crítica do governo Netanyahu.
Enquanto isso, Israel vem intensificando seus ataques aéreos a Gaza. Na sexta-feira, foram registrados ataques pesados e movimentos de tanques no norte de Gaza. De acordo com as autoridades de saúde locais, pelo menos 90 pessoas foram mortas em ataques, incluindo crianças. O exército israelense emitiu também mais ordens de evacuação em várias áreas, forçando muitas pessoas a fugir para regiões igualmente inseguras.
Cessar-fogo
Enquanto isso, a recente e inesperada libertação do refém americano-israelense Edan Alexander, aparentemente resultado de negociações entre os EUA e o Hamas, com a ajuda mediadores, foi vista como um sinal de que Netanyahu parecia ter sido deixado de lado ou, na melhor das hipóteses, não era mais o centro das atenções de Trump, de acordo com analistas israelenses.
Em janeiro, o Hamas e Israel concordaram com a primeira fase de um cessar-fogo, que resultou na libertação 33 reféns israelenses em troca de centenas de prisioneiros palestinos. Entretanto, uma segunda fase nunca foi negociada e, em março, Israel rompeu o cessar-fogo.
Durante sua viagem ao Oriente Médio nesta semana, Trump concluiu um acordo de venda de armas de US$ 142 bilhões (€ 127 bilhões) com a Arábia Saudita, assim como um acordo de investimento de US$ 600 bilhões para aumentar o potencial tecnológico do estado do Golfo, o que pode ser visto como uma ameaça às proezas tecnológicas e militares de Israel.