Trump se recusou a comentar se o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman foi cúmplice do assassinato, mas deu talvez sua demonstração mais explícita de apoio ao príncipe desde a morte de Khashoggi, quase dois meses atrás.
Por Redação, com Reuters - de Washington
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na terça-feira que continua apoiando o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, apesar da avaliação da CIA de que ele ordenou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi e de apelos de senadores para que o presidente repreenda o governante de fato do reino. Trump se recusou a comentar se o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman foi cúmplice do assassinato, mas deu talvez sua demonstração mais explícita de apoio ao príncipe desde a morte de Khashoggi, quase dois meses atrás. – Ele é o líder da Arábia Saudita. Eles têm sido ótimos aliados – disse Trump em entrevista no Salão Oval da Casa Branca. Questionado pela agência inglesa de notícias Reuters se apoiar o reino significa apoiar o príncipe, conhecido como MbS, Trump respondeu: “Bem, neste momento, certamente sim”. Alguns membros da família governante saudita estão se mobilizando para impedir que MbS se torne rei, disseram à Reuters fontes próximas à corte real, e acreditam que os Estados Unidos e Trump podem desempenhar um papel decisivo nesta questão. – Eu simplesmente não ouvi nada sobre isso – disse Trump. “Honestamente, não posso comentar porque não ouvi nada sobre isso. Na verdade, se ouvi algo é que ele está muito estável no poder”. Embora Trump tenha repudiado o assassinato de Khashoggi, morador dos Estados Unidos e colunista do jornal Washington Post que muitas vezes criticava MbS, o presidente norte-americano deu o benefício da dúvida ao príncipe, com quem tem cultivado um relacionamento próximo. Na terça-feira Trump voltou a reiterar que o “príncipe herdeiro nega veementemente” ter envolvimento com o crime que provocou revolta em todo o mundo. Trump tem sido fortemente criticado por colegas republicanos no Senado, especialmente depois que Gina Haspel, diretora da CIA, se reuniu com eles. No mês passado a CIA avaliou que MbS ordenou o assassinato, em uma conclusão que Trump classificou como “muito prematura”. – Você tem que estar intencionalmente cego para não chegar à conclusão de que isto foi orquestrado e organizado por pessoas sob o comando de MbS – afirmou o senador republicano Lindsey Graham, aliado de Trump, na semana passada.