As declarações do líder norte-americano ocorrem em um momento em que os EUA seguem lançando ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe.
Por Redação, com ANSA – de Washington
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no domingo acreditar que os dias de seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, no comando do país “estão contados”.

A declaração foi dada em entrevista ao programa 60 Minutes, da emissora americana “CBS”, cujo trecho foi divulgado no perfil do governo dos EUA no X.
Questionado se “os dias de Maduro como presidente estão contados”, Trump respondeu: “Diria que sim, acho que sim”.
Na sequência, a entrevistadora perguntou sobre a veracidade de possíveis ataques terrestres à Venezuela, após a concentração de pessoal e equipamentos norte-americanos no Caribe. O republicano, porém, se recusou a responder: “Eu não falaria para uma repórter o que eu atacaria”, enfatizou, acrescentando que não confirmaria nem negaria tal possibilidade.
Ao comentar a hipótese de uma guerra entre os dois países, Trump considerou-a “improvável”: “Duvido. Não acho que isso vá acontecer. Mas eles nos trataram muito mal.”
Ataques contra embarcações
As declarações do líder norte-americano ocorrem em um momento em que os EUA seguem lançando ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe.
Washington alega que a ofensiva é necessária para conter o fluxo de entorpecentes em direção ao país.
De acordo com a CBS News, ao menos 64 pessoas morreram nos ataques realizados pelos EUA no Caribe e no Pacífico Oriental desde o início de setembro.
Recentemente, o jornal The Washington Post revelou que Maduro enviou cartas aos governos da Rússia, China e Irã solicitando apoio militar, técnico e financeiro para fortalecer a capacidade de defesa da Venezuela.
Apesar disso, o líder venezuelano demonstrou abertura para negociar com os Estados Unidos, desde que sejam asseguradas a participação do chavismo em uma eventual transição política e a concessão de anistia aos membros de seu governo.
Em meio à tensão, Maduro já chegou a acusar Washington de “fabricar uma nova guerra”, enquanto o presidente colombiano, Gustavo Petro, declarou que os ataques a embarcações estão sendo usados pelos Estados Unidos como forma de “dominar” a América Latina.
Trump, por sua vez, afirmou que seu governo “não permitiria” a entrada de pessoas “de todas as partes do mundo”: “Eles vêm do Congo, vêm de todos os lugares, não apenas da América do Sul. Mas a Venezuela, em especial, tem sido um problema. Lá existem gangues”, disse ele, mencionando especificamente o grupo Tren de Aragua, a quem chamou de “a gangue mais cruel do mundo”.