Nas redes sociais, Luiz Felipe Romão incentivava ataques contra policiais e havia citado ação que resultou em morte de agente: ‘Bala no c… da Core’.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Luiz Felipe Honorato Silva Romão, o Mangabinha, morreu durante um confronto na madrugada desta sexta-feira com agentes da Core, a tropa de elite da Polícia Civil. O tiroteio ocorreu na Cidade de Deus, Zona Sudoeste do Rio, área sob o domínio do Comando Vermelho.

Ele é apontado como um dos envolvidos no assassinato do agente José Antônio Lourenço Júnior, o Mocotó, da Core, morto em uma operação ocorrida em maio deste ano também na Cidade de Deus.
Em um vídeo obtido pelo site Agenda do Poder, aparece em uma moto ostentando granadas, com roupa militar e fazendo ameaças a quem agir em desacordo com as leis impostas pelo CV. “Naquele pique, Karatê city, vamo que vamo! Vacilou, é ripa”. Assista!
A especializada envolvida na operação que resultou na morte de Mangabinha se posicionou sobre o caso por meio de nota. “A Core reafirma que suas ações são pautadas pela técnica, legalidade e rigor operacional, sempre com o objetivo de proteger vidas, restabelecer a ordem pública e responsabilizar criminosos que desafiam o Estado e ameaçam a sociedade”.
Mangabinha, apontado como segurança em pontos de venda de drogas e de lideranças do CV na região, agia nas áreas conhecidas como Karatê e 13, segundo investigações.
‘Bala no c… da Core’ e ameaça de morte
Ele ostentava a sua vida no meio do crime exibindo registros com armas pesadas e granadas. Em fotos e vídeos, incentivava confrontos armados contra policiais e chegou a citar a ação que resultou na morte do agente em maio deste ano: “Bala no c.. da Core”, escreveu em um stories anexado a uma investigação policial sobre o crime.
Horas antes da sua morte, usou o seu perfil para ameaçar uma pessoa que havia comentado a sua foto com uma menção ao Terceiro Comando Puro (TCP), facção rival do CV. “Vai morre [sic]”, respondeu.
A sua morte também foi comentada no mesmo perfil. “Descansa em paz, guerreiro”, escreveu um deles.
Fugitivo do sistema penitenciário, se identificava nas redes sociais com referência aos artigos 157 e 33, que indicam envolvimento em crimes como roubo e tráfico.
O criminoso tinha anotações criminais por associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas e resistência. Além disso, possuía dois mandados de prisão em aberto. Um deles devido ao envolvimento no assassinato do agente da Core.
Outros suspeitos de ligação com assassinato também foram mortos
Outros dois suspeitos de ligação com o assassinato do agente da Core morreram em operações policiais anteriores: Gabriel Gomes da Costa e Ygor Freitas de Andrade, o Matuê.
Matuê foi morto em confronto com policiais civis no mês passado na Chacrinha, Praça Seca, Zona Sudoeste do Rio. Outros dois suspeitos também morreram na ocasião. Em represália, grupos atearam fogo em barricadas.
O criminoso era alvo de dois mandados de prisão, incluindo um por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ele atuava nas comunidades da Gardênia Azul e Cidade de Deus, áreas sob influência de Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, apontado como chefe da quadrilha.
Desde a morte do agente da Core, a Polícia Civil tentava localizá-lo. Em uma ação em agosto deste ano, os agentes informaram que Matuê havia sido baleado e conseguiu escapar, se refugiando em uma área de mata próxima. A partir dali, as equipes de inteligência intensificaram o monitoramento de seus deslocamentos.