Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Supermercado Zona Sul é processado por racismo contra cliente

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Sábado, 08 de Outubro de 2022 às 12:24, por: CdB

A vítima relatou ainda, à autoridade policial, que um homem que se identificava como gerente do supermercado, acompanhado de um “segurança externo” conforme se apresentou, aproximaram-se e, naquele instante, Paulo Araújo temeu por sua integridade física.

Por Redação - do Rio de Janeiro
Alvo dos seguranças do Supermercado Zona Sul em Ipanema, Zona Sul do Rio, o bancário Paulo Moreira de Araújo, de 28 anos, denunciou a abordagem como ato racista. Araújo mostrou a nota fiscal referente ao pagamento de um barril de Chopp e um vinho, artigos quitados em um caixa de autoatendimento. Ao se encaminhar para a saída do supermercado, foi impedido por seguranças até que mostrasse a nota fiscal dos produtos.
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Paulo Araújo levou o caso à 16ª DP, no Leblon, onde registrou o crime de racismo cometido por funcionários do Supermercado Zona Sul
Indignado com a abordagem, o bancário comprovou o pagamento dos itens e foi liberado. Mas, em seguida, na calçada em frente ao estabelecimento, foi alcançado novamente e os interlocutores queriam que ele retornasse para mostrar o documento fiscal, uma outra vez, agora para o gerente, como prova de que não havia furtado os produtos.

Injustiçado

— Me seguraram, mandaram eu retornar ao mercado para eu mostrar a nota ao gerente. Apresentar uma vez já é um absurdo. uma vez que eu tinha acabado de pagar a compra. A segunda vez eu fiquei indignado e chamei a polícia — disse Araújo, aos policiais. A vítima relatou ainda, à autoridade policial, que um homem que se identificava como gerente do supermercado, acompanhado de um “segurança externo” conforme se apresentou, aproximaram-se e, naquele instante, Paulo Araújo temeu por sua integridade física. — Eu pensei que eu ia apanhar. Do jeito que está a polarização, do jeito que o Brasil está, eu achei que eu ia tomar uma surra e ia virar uma estatística, ia virar mais um. Ia ser mais um injustiçado e com medo — relatou.

Calúnia

O bancário já havia chamado a polícia, com a denúncia de maus tratos por causa racista, mas foi surpreendido com a atitude dos policiais militares que chegaram, em uma viatura. Ele lembra que não se sentiu seguro. — Ele (o PM) pediu que eu ficasse quieto para que o gerente falasse. Ou seja, nem voz eu tive — protestou o cidadão, que abrirá um processo cível contra o supermercado, para que seja penalizado financeiramente. O caso foi levado à 14ª Delegacia de Polícia Civil, no bairro vizinho do Leblon, junto com as compras pagas e outros quatro funcionários do Supermercado Zona Sul. A ocorrência foi registrada como calúnia, por ele ter sido acusado de cometer o crime de furto, e injúria por preconceito, pela ofensa à dignidade e a honra em razão da cor da pele. Em nota pública, o supermercado Zona Sul diz que abriu uma sindicância interna para estabelecer o que ocorreu na loja e diz que a empresa repudia qualquer tipo de discriminação social, racial ou étnica. Quanto à Polícia Civil, o gerente do supermercado, testemunhas e as imagens de câmeras de segurança passam a fazer parte do inquérito em andamento.
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