Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Sob pressão, Bolsonaro mobiliza ministros para combater queimadas

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Sexta, 23 de Agosto de 2019 às 10:48, por: CdB

Na linha de Bolsonaro, o ex-comandante do Exército e assessor do Gabinete de Segurança Institucional, general Eduardo Villas Boas, disse que Macron usa o Exército francês para ameaçar o Brasil.

Por Redação, com Reuters e Agências de Notícias - de Brasília: O presidente Jair Bolsonaro editou decreto na noite de quinta-feira determinando que todos os ministros façam levantamentos sobre os incêndios na Amazônia e adotem medidas para preservar a floresta, além de se reunir na tarde desta sexta com ministros para tratar do aumento nas queimadas, em meio ao aumento da pressão internacional sobre o assunto. “Determino a todos os ministros de Estado que adotem, no âmbito de suas competências, medidas necessárias para o levantamento e o combate a focos de incêndio na região da Amazônia Legal para a preservação e a defesa da floresta amazônica, patrimônio nacional”, determinou o presidente em despacho assinado na noite da véspera.
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Jair Bolsonaro determinou que todos os ministros façam levantamentos sobre os incêndios na Amazônia e adotem medidas para preservar a floresta
Bolsonaro também se reunirá ainda nesta sexta em Brasília com os ministros Fernando Azevedo (Defesa), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Jorge Antonio de Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência), além do secretário-executivo da Casa Civil, José Vicente Santini. A mobilização de Bolsonaro acontece em meio ao aumento da pressão internacional por causa do aumento das queimadas na Amazônia, especialmente após o presidente da França, Emmanuel Macron, classificar o caso de “emergência internacional” e pedir que o assunto seja discutido na reunião do G7, no fim de semana, na França. Bolsonaro rebateu o presidente francês, afirmando que ele manifesta uma “mentalidade colonialista” ao defender que a questão amazônica seja discutida em um encontro sem a presença de países que abrigam a floresta, mas afirmou estar aberto ao diálogo, “com base no respeito mútuo”. Além de Macron, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também defendeu que o aumento das queimadas na Amazônia seja discutida na reunião do G7, grupo formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido. “Não poderia concordar mais com Emmanuel Macron. Fizemos muito para proteger o meio ambiente ano passo no G7 em Charlevoix e precisamos continuar neste fim de semana. Precisamos agir pela Amazônia e agir pelo nosso planeta —nossos filhos e netos contam conosco”, escreveu o líder canadense no Twitter. O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, também manifestou preocupação com a Amazônia na mesma rede social. “Se a floresta tropical está em chamas por semanas, isso não pode nos deixar indiferentes... A Alemanha está pronta para fornecer ajuda e apoio para combater o incêndio”, escreveu. Outras lideranças mundiais também se manifestaram, como o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, e o presidente do Chile, Sebastián Piñera, que disse ter conversado com Bolsonaro e com o presidente da Bolívia, Evo Morales, para oferecer no combate aos incêndios. A situação levou o governo a lançar uma ofensiva diplomática para tentar mostrar ao mundo que defende a Amazônia e distribuiu uma circular de 12 páginas para todos os postos diplomáticos como subsídios para a defesa do governo. Ameaça à soberania A pressão internacional por causa do aumento das queimadas gerou reações de autoridades brasileiras. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente e que será em breve indicado para a embaixada do Brasil nos Estados, disse ter um “recado” a Macron ao retuitar um vídeo em que o presidente francês é chamado de “idiota”. O ex-comandante do Exército e assessor do Gabinete de Segurança Institucional, general Eduardo Villas Boas, disse que Macron usa o Exército francês para ameaçar o Brasil. “Com uma clareza dificilmente vista, estamos assistindo a mais um país europeu, desta vez a França, por intermédio do seu presidente Macron, realizar ataques diretos à soberania brasileira, que inclui, objetivamente, ameaças de emprego do poder militar”, escreveu no Twitter. “A questão ultrapassa os limites do aceitável na dinâmica das relações internacionais. É hora do Brasil e dos brasileiros se posicionarem firmemente diante dessas ameaças, pois é o nosso futuro, como nação, que está em jogo.” Araújo também usou a rede social para rebater a pressão internacional sobre o Brasil na área ambiental. “Por que o Brasil está sendo alvo de uma campanha internacional tão feroz e injusta no tema ambiental? Simples. Porque o governo do presidente Bolsonaro está reerguendo o Brasil. A ‘crise ambiental’ parece ser a última arma que resta no arsenal de mentiras da esquerda para abafar esse fato”, afirmou. Na Câmara Desde quinta-feira, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) coleta assinaturas para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar as causas das queimadas e apresente um diagnóstico de devastação da floresta. O líder da oposição na Câmara disse que o pedido foi aceito por Rodrigo Maia e que o Parlamento tem que contribuir com esse debate para recuperar a imagem do País no exterior. Através das redes sociais, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, anunciou na quinta-feira que a Casa vai criar uma comissão externa para acompanhar as queimadas que atingem a Amazônia. Ele também informou que vai realizar uma comissão geral nos próximos dias para propor soluções ao governo sobre o incêndio que ocorre na região.
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