Rio de Janeiro, 16 de Abril de 2025

Rússia simula uma resposta ‘maciça’ a ataque nuclear

Como parte do exercício, um míssil balístico intercontinental Yars foi lançado do Cosmódromo de Plesetsk, no noroeste da Rússia, para o campo de testes de Kura, em Kamchatka, no extremo leste, informou o Ministério da Defesa.

Terça, 29 de Outubro de 2024 às 13:20, por: CdB

Como parte do exercício, um míssil balístico intercontinental Yars foi lançado do Cosmódromo de Plesetsk, no noroeste da Rússia, para o campo de testes de Kura, em Kamchatka, no extremo leste, informou o Ministério da Defesa.

Por Redação, com Reuters – de Moscou

A Rússia realizou um exercício de treinamento nesta terça-feira para simular um “ataque nuclear maciço” em resposta a um primeiro ataque de um inimigo, disse o ministro da Defesa do país, Andrei Belousov.

A Rússia realizou um exercício de treinamento para simular um “ataque nuclear maciço”

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu início ao exercício em um momento crítico da guerra na Ucrânia. O exercício, que o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ser um evento regular e planejado, envolveu o lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro.

Como parte do exercício, um míssil balístico intercontinental Yars foi lançado do Cosmódromo de Plesetsk, no noroeste da Rússia, para o campo de testes de Kura, em Kamchatka, no extremo leste, informou o Ministério da Defesa.

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Os mísseis balísticos Sineva e Bulava foram disparados de submarinos nos mares de Barents e Okhotsk. Os aviões bombardeiros estratégicos Tu-95MS, capazes de transportar armas nucleares, lançaram mísseis de cruzeiro.

Todos os mísseis atingiram seus alvos, informou o Ministério da Defesa da Rússia.

Coreia do Norte e Rússia causam abalos políticos

A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte chegou à Rússia nesta terça-feira para conversações, no momento em que a guerra entre Rússia e Ucrânia parece estar tomando um novo e perigoso rumo, com Otan e Coreia do Sul expressando alarme de que tropas norte-coreanas poderiam em breve se juntar ao lado de Moscou.

A Otan disse na segunda-feira que milhares de soldados norte-coreanos estavam se movendo em direção à linha de frente.

A revelação alarmou Kiev, que disse que sanções não seriam suficientes e pediu mais armas e um plano internacional para manter as tropas norte-coreanas à distância.

A Coreia do Sul, que permanece tecnicamente em guerra com o Norte, que possui armas nucleares, décadas após a Guerra da Coreia de 1950-1953, também condenou os movimentos, com as autoridades de Seul particularmente preocupadas com o que a Rússia pode estar fornecendo a Pyongyang em troca.

A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, chegou ao extremo leste da Rússia na terça-feira, a caminho de Moscou, segundo a mídia estatal russa. As agências de notícias estatais russas disseram que não estava claro com quem Choe, fazendo sua segunda visita em seis semanas, se encontraria em Moscou.

O Kremlin afirmou que Putin não tinha planos de se encontrar com ela.

Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conversou com o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, na terça-feira, e disse que os movimentos norte-coreanos estavam levando a guerra a uma fase sem precedentes.

“A conclusão é clara – esta guerra está se internacionalizando, indo além de dois países”, declarou Zelensky no X.

Yoon disse a Zelensky que, se a Coreia do Norte receber ajuda da Rússia e puder adquirir experiência e conhecimento militar com seu envolvimento na guerra, isso representará uma “grande ameaça” à segurança da Coreia do Sul, de acordo com uma declaração do gabinete presidencial sul-coreano.

A Coreia do Sul disse que pode começar a fornecer armas para a Ucrânia se as tropas norte-coreanas se juntarem à guerra da Rússia. O Pentágono também afirmou na segunda-feira que não imporia novos limites ao uso de armas norte-americanas pela Ucrânia se a Coreia do Norte entrasse na luta.

O presidente russo, Vladimir Putin, não negou a presença de tropas norte-coreanas no país.

Não está claro o papel que as tropas norte-coreanas podem desempenhar. Analistas afirmam que seu pequeno número e suas capacidades possivelmente limitadas provavelmente não serão decisivos, mas elas poderiam reforçar as unidades russas fornecendo trabalho manual ou ocupando posições defensivas.

É provável que elas também desempenhem um papel político para Rússia e Coreia do Norte, fortalecendo suas relações com a China, que tem uma parceria desconfortável com os dois países, e enviando uma mensagem para Washington e seus aliados, disseram diplomatas e analistas ocidentais.

– Quanto mais estreitos forem os laços de Moscou com Pyongyang, mais influência ela espera ter sobre os aliados dos EUA e também sobre a China – escreveu Gilbert Rozman, do Fórum Asan, para o programa 38 North, sediado nos EUA.

Alguns milhares de soldados norte-coreanos não mudarão o curso da guerra, portanto, pode ser uma tentativa russa de enfatizar para os Estados Unidos o quanto Moscou pode ser perturbadora se quiser, disse um diplomata que falou sob condição de anonimato.

– Integrar as tropas norte-coreanas em uma máquina de guerra muito complexa não é fácil. Mas usar sua presença para assustar os Estados Unidos e seus aliados na Ásia é bastante simples – declarou o diplomata. “A principal questão é: até que ponto a Rússia está realmente mudando toda a sua abordagem pós-soviética em relação à Coreia do Norte?”

O conflito na Ucrânia eclodiu quando a Rússia invadiu sua vizinha em fevereiro de 2022 e, desde então, se transformou em uma guerra de desgaste travada em grande parte ao longo das linhas de frente no leste da Ucrânia, com um grande número de baixas em ambos os lados.

O Pentágono estimou que 10 mil soldados norte-coreanos foram enviados para o leste da Rússia para treinamento, acima de uma estimativa de 3 mil soldados na última quarta-feira.

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