Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Regulação da mídia, afirma Lula, é assunto para o Congresso

Arquivado em:
Sexta, 08 de Outubro de 2021 às 14:44, por: CdB

O discurso do ex-presidente, no entanto, vai de encontro ao que sua sucessora, a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT) afirmou, por diversas vezes, ao longo de seu mandato e meio. Rousseff não apenas perseguiu a mídia progressista e independente, mas permitiu que os grandes meios de comunicação, da extrema direita, se locupletassem com verbas milionárias do governo federal.

Por Redação - de São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou, nesta sexta-feira, que a regulamentação da mídia é um tema a ser discutido no seu governo, caso seja eleito, porém, de acordo com o petista, o Congresso Nacional deverá decidir sobre o assunto e não o Poder Executivo.
lula.jpg
O ex-presidente Lula quer que os parlamentares definam um código de conduta para a mídia brasileira
— Regulamentação é tema do Congresso Nacional. Falam que é censura, eu acho engraçado. O cara mais censurado do Brasil está falando com vocês. Se fosse uma tese sobre minha censura seria possível ganhar um Prêmio Nobel de Jornalismo. Ninguém é mais censurado que eu nesse país — disse o ex-presidente. Ainda segundo o presidenciável, “em algum momento a sociedade, os partidos vão discutir. Isso não é coisa do presidente da República, é da sociedade. Não aceito a ideia de que o único controle admissível é o controle remoto”.

Mentiras de Moro

O ex-presidente também comentou a sua condenação sem provas pela Operação Lava Jato e depois derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o petista, "induziram a imprensa a esse erro histórico”. — Só esperava que a imprensa pudesse reconhecer que foi enganada pela Lava Jato, induzida a mentiras de Moro — acrescentou. O discurso do ex-presidente, no entanto, vai de encontro ao que sua sucessora, a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT) afirmou, por diversas vezes, ao longo de seu mandato e meio. Rousseff não apenas perseguiu a mídia progressista e independente, mas permitiu que os grandes meios de comunicação, da extrema direita, se locupletassem com verbas milionárias do governo federal. Hoje em dia, a presidenta derrubada no golpe de Estado deflagrado em 2016, com apoio da mídia conservadora, afirma que depois dela houve um desastre político-econômico no país que “estava escrito, era visível naquele momento”. — É óbvio que tinha uma conspiração de silêncio da mídia, para que não se visse isso. É interessante que os jornais e canais de TV controlados por seis famílias ocultaram a situação real do país. E transformaram em caos um momento de crise internacional que o Brasil estava passando. Uma das críticas mais duras feitas a mim era por não deixar que o preço do petróleo bruto brasileiro crescesse de acordo o padrão internacional — afirmou, em entrevista nesta tarde.

Miséria

Para Dilma havia, então, uma situação de conspiração com o objetivo claro de assegurar as condições para enquadrar o Brasil, econômica, social, política e geopoliticamente ao neoliberalismo. — A esse padrão que vem sendo imposto ao mundo pela hegemonia dos Estados Unidos. E que aqui é refletido nas nossas elites, que são internacionalizadas, de uma forma que não há espaço para processos sociais de ampliação do combate à pobreza, à miséria, à fome, de aumento do emprego. Enfim, não pode colocar o pobre no orçamento, como diz o presidente Lula — continuou. A ex-presidenta afirma, ainda sob a emoção do vídeo que relembra sua fala de 2016, que no Brasil é crime tributar os mais ricos. — E é outro crime discutir por que nós cobramos taxas de juros tão altas quando o país estava sob estabilidade. O que leva a esse sugamento, essa extorsão da riqueza brasileira. Temos uma elite insensível ao povo brasileiro, mas tendo a achar que essa insensibilidade aqui bate todos os recordes. Ela extrapola, ela tem origem, acredito, na escravidão. Na forma pela qual a elite brasileira jamais respeitou o povo do país, jamais teve qualquer interesse por ele. É o que se vê nas falas do Guedes — concluiu.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo