Segundo o estudo, outros 28% acreditam que essa possibilidade é pequena e apenas 26% dos entrevistados estão razoavelmente tranquilos quanto a essa ameaça.
Por Redação - de Brasília
A chance de volta de uma ditadura militar, sob o governo de Jair Bolsonaro, é considerada muito alta, alta ou média por quase metade (40%) dos brasileiros. O dado surgiu na pesquisa patrocinada pela revista semanal de ultradireita Veja e da agência de Comunicação FSB, publicada nesta sexta-feira.
Segundo o estudo, outros 28% acreditam que essa possibilidade é pequena e apenas 26% dos entrevistados estão razoavelmente tranquilos quanto a essa ameaça. O levantamento mostra, ainda, que para 77%, a democracia é sempre, ou na maioria das vezes, o melhor sistema de governo. Apenas 10% do público pesquisado considera a ditadura é uma alternativa ideal.
Torturadores
A pesquisa foi feita por telefone com 2 mil pessoas nos 26 estados e no Distrito Federal entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro. Os números refletem o perfil autoritário do governo neofascista de Jair Bolsonaro (sem partido), que faz constantes elogios ao golpe militar de 1964 e, mais recentemente, ao AI-5, instituição do momento mais repressivo e punitivo do regime militar no Brasil.
Além das diversas declarações feitas no passado e durante a campanha, Bolsonaro, mesmo depois de assumir a presidência, fez declarações elogiosas a torturadores - como o chileno Augusto Pinochet - e tem ameaçado reprimir movimentos sociais caso o Brasil se espelhe nos exemplos vizinhos da América do Sul.
As mais recentes referências ao AI-5 foram feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um de seus filhos, o “03”, e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Os dois estão sendo alvo de ações da oposição no Congresso por suas declarações e o discurso de Bolsonaro é considerado crime de responsabilidade no entendimento de alguns juristas.
Avaliação
Longe de o apoio à ditadura ser um problema para Bolsonaro, se as eleições presidenciais fossem hoje, o atual chefe do Planalto seria reeleito, indica a pesquisa. Nos cenários de primeiro turno, Bolsonaro venceria Fernando Haddad (PT) e empataria tecnicamente com Lula (PT), ficando três pontos à frente do ex-presidente.
Nos cenários de segundo turno apresentados, ele seria eleito se disputasse com Lula, Fernando Haddad e João Doria e ficaria empatado (aos 36%) apenas com Sergio Moro.
A pesquisa também mostra que Bolsonaro manteve, desde outubro, os 26% na avaliação de seu governo como “péssimo”. Apenas 12% consideram seu primeiro ano de mandato como “ótimo”. Sua forma de governar o país foi desaprovada por 46%.