O grupo teria tentado movimentar mais de R$ 207 milhões, no entanto, a segurança bancária do Tribunal identificou a fraude e bloqueou parte do valor, retendo aproximadamente R$ 23 milhões de prejuízo.
Por Redação, com CartaCapital e ACS – de Brasília
A Polícia Civil do Paraná cumpriu, nesta terça-feira, 71 ordens judiciais contra uma organização criminosa especializada em falsificações de documentos públicos. O esquema teria causado um prejuízo de R$ 23 milhões ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
As diligências ocorrem simultaneamente nas cidades de São Paulo, Mogi das Cruzes e Mauá.
Segundo os investigadores, a quadrilha falsificava documentos em nome de serventuários e juízes do TJ-PR.
– Os indivíduos criavam certificados digitais, assinavam documentos de alvarás de valores depositados em contas judiciais e, posteriormente, movimentavam grandes quantias de dinheiro – destaca o delegado Thiago Lima.
O grupo teria tentado movimentar mais de R$ 207 milhões, no entanto, a segurança bancária do Tribunal identificou a fraude e bloqueou parte do valor, retendo aproximadamente R$ 23 milhões de prejuízo.
A investigação foi iniciada em setembro de 2023, após o TJ-PR identificar as fraudes no sistema.
Os agentes apontaram que os criminosos utilizaram técnicas avançadas para enganar o sistema do tribunal.
Além do TJ-PR, o grupo ainda teria agido contra o Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de falsidade ideológica, falsificação de documento público, invasão de dispositivo informático, estelionato eletrônico e participação em organização criminosa.
Desvio de recursos públicos em Rondônia
A Polícia Federal e a Polícia Civil deflagraram nesta terça-feira a “Operação Máscara de Janos”, que visa apurar crimes de fraude em licitação e associação criminosa. Na ação, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade de Porto Velho.
Durante as investigações, foram notadas irregularidades ocorridas em inúmeros Pregões Eletrônicos do Estado de Rondônia e da prefeitura de Porto Velho, especialmente o fato de que duas empresas atuantes no ramo da construção civil simulavam competição para vencerem os certames.
Nesse sentido, enquanto uma das empresas efetivamente existia, a outra era meramente de fachada e estava em nome de um laranja, sequer possuindo funcionários registrados. Apesar disso, a empresa apontada como sendo de fachada logrou obter cerca de R$ 8,4 milhões em contratos com o Poder Público apenas no ano de 2022. Além disso, foi constatado que ambas as empresas remetiam suas propostas do mesmo aparelho de computador.
Desse modo, as investigações identificaram que ambas as empresas teriam fraudado cerca de 583 licitações em âmbito estadual e municipal durante 15 anos.