Domingo, 27 de Fevereiro de 2022 às 11:19, por: CdB
As forças de dissuasão estratégica destinam-se a conter a agressão contra a Rússia e seus aliados, "bem como para derrotar o agressor em uma guerra com uso de vários tipos de armamentos, incluindo armas nucleares", segundo os russos.
Por Redação, com agências internacionais - de Moscou
Em resposta a observações agressivas do Ocidente, o líder russo Vladimir Putin ordenou que as forças dissuasoras do Exército russo fossem colocadas em regime de alerta especial.
— Altos funcionários dos principais países da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan) se permitem (fazer) observações agressivas dirigidas contra o nosso país, por isso ordeno ao ministro da Defesa e ao chefe do Estado-Maior para colocarem as forças dissuasoras do Exército russo em regime de alerta especial — comandou Putin, neste domingo, em uma reunião com o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas, general de exército Valery Gerasimov.
Dirigindo-se a Shoigu e Gerasimov, o presidente russo ressaltou que os países ocidentais também estão tomando ações hostis contra a Rússia na esfera econômica.
— Refiro-me às sanções ilegítimas das quais todos estão bem cientes — acrescentou.
Responsabilidade
Na sexta-feira, os líderes da OTAN realizaram uma cúpula virtual de emergência. A Aliança Atlântica advertiu que "o mundo" iria "responsabilizar a Rússia, bem como Belarus, por suas ações" e acusou Moscou de assumir "plena responsabilidade por este conflito" ao "rejeitar o caminho da diplomacia e do diálogo repetidamente proposto pela OTAN e aliados”.
As forças de dissuasão estratégica destinam-se a conter a agressão contra a Rússia e seus aliados, "bem como para derrotar o agressor em uma guerra com uso de vários tipos de armamentos, incluindo armas nucleares", segundo os russos.
Na madrugada de quinta-feira, Putin anunciou uma “operação especial militar” na região de Donbass. A operação foi deflagrada após pedido de assistência militar feito pelas recém-reconhecidas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk.
Ameaça
Em dezembro de 2021, o Ministério das Relações Exteriores russo propôs dois tratados de segurança à Otan e aos EUA para aliviar as tensões e restaurar a estabilidade estratégica da Europa. Os projetos de acordo russos apelavam a ambas partes para limitarem a implantação de tropas, sistemas de mísseis, aeronaves e navios de guerra em zonas onde pudessem ser considerados uma ameaça pela outra parte.
Crucialmente, as propostas também incluem a exigência de que Otan cesse sua expansão para o leste, na antiga União Soviética, e limite a implantação de forças em países que se juntaram ao bloco após o fim da Guerra Fria. Washington e a Aliança Atlântica rejeitaram aberta e publicamente as propostas russas, mas expressaram esperança de continuação das negociações.