O episódio gerou um impasse entre a concessionária Trem do Corcovado e o ICMBio, responsável pelo Parque Nacional da Tijuca, sobre quem deveria manter o serviço funcionando.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
O Trem do Corcovado, principal meio de acesso ao Cristo Redentor, foi interditado nesta segunda-feira pelo Procon-RJ, após a morte do turista gaúcho Jorge Alex Duarte, de 54 anos. Ele sofreu um infarto nas escadarias do santuário no domingo, mas não recebeu atendimento imediato porque o posto médico do local estava fechado.

O episódio gerou um impasse entre a concessionária Trem do Corcovado e o ICMBio, responsável pelo Parque Nacional da Tijuca, sobre quem deveria manter o serviço funcionando.
De acordo com o Procon, a interdição visa à proteção dos consumidores até que um Termo de Ajuste de Conduta seja firmado entre os órgãos responsáveis. Quem comprou passagens para esta segunda-feira pode remarcar ou solicitar reembolso.
A situação evidencia problemas já apontados anteriormente. O secretário estadual de Defesa do Consumidor, Gutemberg Fonseca, afirmou que o Procon notificou o ICMBio há duas semanas sobre falhas na gestão do parque, mas recebeu como resposta que a responsabilidade era do Iphan. “Ficamos nesse jogo de empurra e, lamentavelmente, um turista morreu”, disse ao RJTV.
ICMBio e concessionária trocam acusações
O ICMBio declarou em nota que a manutenção do posto médico é obrigação da concessionária, conforme contrato de concessão. No entanto, o presidente do Trem do Corcovado, Sávio Neves, disse que a responsabilidade cabe ao instituto. Segundo ele, a empresa mantém um convênio com um hospital para emergências e que, mesmo com atendimento imediato, o infarto do turista teria sido fatal.
O ICMBio rebateu, divulgando um trecho do contrato que exige da concessionária um posto de atendimento com socorrista e ambulância.
O turista, que tinha histórico de hipertensão e diabetes, chegou ao Cristo Redentor em uma van de turismo. Ele passou mal às 7h39 e recebeu os primeiros socorros de uma enfermeira que o acompanhava. O Samu foi acionado e chegou às 8h13, mas não conseguiu reanimá-lo.
Além da interdição do trem, o Cristo Redentor enfrentou outro problema nesta segunda-feira: uma queda de energia interrompeu o funcionamento do santuário. Na semana anterior, o local já havia sofrido um apagão semelhante.