Rio de Janeiro, 20 de Março de 2025

Prisão de Braga Netto teve o aval da PGR: 'imprescindível'

A prisão preventiva seria uma medida capaz de garantir a ordem pública, segundo Gonet, para evitar a “continuidade do esquema criminoso deflagrado” e também a “interferência nas investigações que seguem em curso.

Sábado, 14 de Dezembro de 2024 às 13:42, por: CdB

A prisão preventiva seria uma medida capaz de garantir a ordem pública, segundo Gonet, para evitar a “continuidade do esquema criminoso deflagrado” e também a “interferência nas investigações que seguem em curso.

Por Redação – do Rio de Janeiro

O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet foi consultado e concordou com a prisão do general Walter Braga Netto, no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes assinou a decisão, na última terça-feira. “O pedido da autoridade policial (PF) convence da imprescindibilidade da providência em prol do avanço das investigações (…)”, escreveu o PGR. Gonet explicou no parecer que haveria “clara pertinência lógica”, e que haveria “necessidade”, “adequação” e “proporcionalidade da medida”.

intervetor.jpg
Por ser militar, o general Walter Souza Braga Netto permanecerá preso em uma unidade do Exército, no Rio de Janeiro

Por isso, a prisão preventiva seria uma medida capaz de garantir a ordem pública, segundo Gonet, para evitar a “continuidade do esquema criminoso deflagrado” e também a “interferência nas investigações que seguem em curso. Ainda de acordo com o PGR, a partir do que se colheu de provas, são necessárias mais diligências para um juízo adicional e mais abrangente sobre a autoria dos crimes.

O procurador-geral também identificou que existem provas o suficiente para as medidas de busca e apreensão nas casas dos investigados. Isso porque há, na avaliação do PGR, fortes indícios dos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima, além de deterioração do patrimônio tombado.

 

Delação

Braga Netto, general e ex-ministro na gestão de Jair Bolsonaro, foi preso na manhã deste sábado, em sua residência na Zona Sul da Cidade, por uma equipe da PF, por tentar obstruir a investigação no inquérito sobre o golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro. Na decisão que autorizou a prisão, Moraes diz que a PF identificou que o general tentou obter detalhes da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestada em setembro do ano passado, o que fica caracterizada obstrução de Justiça. Ele fez contatos com o pai de Mauro Cid, o general Mauro César Lourena Cid.

Mauro Cid confirmou a tentativa do general, em depoimento à PF. Outro argumento aponta que a PF, no dia 8 de fevereiro deste ano, data da deflagração da operação ‘Tempus Veritatis’, encontrou papeis na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto, que orientariam perguntas e respostas sobre delação. Braga Netto foi detido em Copacabana e levado para a sede da Polícia Federal, no Centro, mas passou por audiência de custódia ainda nesta tarde.

Por ser oficial, o preso será entregue ao Exército e ficará sob custódia na  1ª Divisão do Exército, que é subordinada ao Comando Militar do Leste e fica na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio.

Edições digital e impressa