Além de Putin, participam do fórum os líderes Xi Jinping (China), Narendra Modi (Índia), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL). A questão da moeda internacional foi abordada por Putin na véspera, em discurso no Fórum Empresarial do Brics, que acontece antes da cúpula dos chefes de governo.
Por Redação - de Brasília
Nesta quinta-feira, o Brics realiza a primeira reunião de chefes de Estado com a presença do líder russo, Vladimir Putin, desde o início da guerra da Ucrânia. A reunião virtual é organizada pela China. Durante o encontro, nenhum dos líderes do bloco (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) condenou Moscou objetivamente pelo conflito na Europa. A criação de uma moeda internacional baseada nas moedas dos estados-membros do Brics foi um dos temas em pauta.
Além de Putin, participam do fórum os líderes Xi Jinping (China), Narendra Modi (Índia), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL). A questão da moeda foi abordada por Putin na véspera, em discurso no Fórum Empresarial do Brics, que acontece antes da cúpula dos chefes de governo.
— A criação da moeda de reserva internacional com base na cesta de moedas de nossos países está em análise — disse o presidente russo segundo as agências russas de notícias Tass e Russia Today (RT).
Coordenadas
Putin considera que os Estados membros do bloco já contam com mecanismos alternativos para viabilizar pagamentos internacionais, sem terem de recorrer ao sistema financeiro global. Com a guerra, países do Brics, principalmente China, Índia e a própria Rússia, têm incentivado a utilização de moedas locais no comércio mútuo.
De acordo com o líder russo, círculos empresariais de seu país estão desenvolvendo estratégias coordenadas com redes de empresas do Brics para desenvolver infraestrutura de transporte, rotas logísticas e a criação de novas cadeias de produção.
Putin acrescentou que “a estratégia russa não muda: enquanto fortalecemos nosso potencial econômico, tecnológico e científico, estamos prontos para trabalhar abertamente com todos os parceiros justos em princípios de respeito aos interesses mútuos, supremacia incondicional do direito internacional, e igualdade de países e povos”.
Sintonia
Em linha com os interesses russos, no mesmo fórum econômico e empresarial, o líder chinês criticou a expansão de alianças militares. Ele não citou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas o recado é claro.
— A crise da Ucrânia voltou a soar o alarme para a humanidade. Países ficarão em dificuldades se acreditarem na expansão de alianças militares e na busca de sua própria segurança às custas dos outros — disse Xi Jinping, segundo a agência chinesa de notícias Xinhua.
Bolsonaro também falou no encontro virtual do Fórum Empresarial do Brics que antecede a reunião de cúpula. Afirmou que procura aperfeiçoar a participação do Brasil no comércio internacional e investimentos.
O mandatário brasileiro disse, ainda, que o atual contexto mundial hoje “é motivo de preocupação, em razão dos riscos aos fluxos de comércio e investimentos e à estabilidade das cadeias de abastecimento de energia e alimentos”.