O líder popular brasileiro advertiu, no entanto, que não haverá ajuste algum que afete a população mais pobre. Em reunião do Conselho Orçamentário, na semana que vem, os gastos públicos constam como principal assunto da pauta.
Por Redação, com agências internacionais – de Roma
Em pronunciamento nesta tarde, pouco antes de deixar a localidade de Borgo Egnazia, na cidade de Fasano, Estado italiano da Apúlia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou sua confiança no ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad, alvo de uma série de ataques do empresariado de ultradireita que controla o mercado financeiro. Haddad enfrenta, ainda, uma série de derrotas no Congresso.
— Acho que tudo aquilo que a gente detectar que é gasto desnecessário, você não tem que fazer — disse Lula, em uma coletiva no encerramento do encontro do G7 (grupo dos países mais ricos do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).
O líder popular brasileiro advertiu, no entanto, que não haverá ajuste algum que afete a população mais pobre. Em reunião do Conselho Orçamentário, na semana que vem, os gastos públicos constam como principal assunto da pauta. O presidente disse ter solicitado o debate ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, que integra a Junta de Execução Orçamentária (JEO), colegiado também composto por Haddad e as ministras Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão).
Escolhido
Lula aproveitou para reforçar o apoio a Haddad, após a devolução de parte da Medida Provisória (MP) que limitava a compensação de créditos do PIS/Cofins com o objetivo de compensar a desoneração da folha dos 17 setores que mais empregam no país e dos municípios.
— Haddad jamais ficará enfraquecido enquanto eu for o presidente da República, porque ele é meu ministro da Fazenda, escolhido por mim e mantido por mim. Se o Haddad tiver uma proposta (de compensação), ele vai me procurar essa semana e discutir economia comigo — acrescentou.
Compensação
O presidente disse ainda que conversou com Haddad sobre o ponto da desoneração na folha de pagamento de setores que geram muitos empregos.
— Os que ficam criticando o déficit fiscal, os gastos do governo, são os mesmos que foram ao Senado aprovar a desoneração a 17 grupos empresariais. E que ficaram de fazer uma compensação para suprir o dinheiro da desoneração e não quiseram fazer. Eu disse a Haddad: ‘Não é mais problema do governo, é problema deles. Agora, os empresários que se reúnam, discutam e apresentem ao ministro da Fazenda uma proposta de compensação’ — adiantou.
Na última semana, o Senado Federal começou a debater um pacote de medidas para compensar a desoneração, que foi aprovada por ampla maioria nas duas Casas do Congresso. As medidas em estudo, no entanto, deixam um rombo de quase R$ 10 bilhões no Orçamento.