Em discurso na cerimônia de abertura da Agrishow, feira do setor agropecuário realizada em Ribeirão Preto (SP), Bolsonaro também afirmou que seu governo está fazendo estudos para conceder e privatizar portos e defendeu que a propriedade privada é sagrada.
Por Redação - de São Paulo
Depois que o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo público ao presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para que o banco estatal reduza os juros dos empréstimos cobrados do setor agropecuário, as ações do Banco do Brasil despencaram, nas bolsas de valores. Após seus discurso, os papéis do Banco, que registravam alta nesta manhã, caíram cerca de 1% em apenas alguns minutos.
Às 12h39, os papéis recuavam 0,70%, a R$ 49. Na manhã desta segunda, as ações chegaram a R$ 50,30. Por volta das 14h, as ações subiam novamente, a R$ 49,56.
Em discurso na cerimônia de abertura da Agrishow, feira do setor agropecuário realizada em Ribeirão Preto (SP), Bolsonaro também afirmou que seu governo está fazendo estudos para conceder e privatizar portos e defendeu que a propriedade privada é sagrada.
— Vocês, do campo, precisam de ajuda em alguns setores, não apenas que o Estado não atrapalhe, precisam de ajuda. Agradeço aqui o nosso prezado Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, que traz R$ 1 bilhão para investir nessa área — disse o presidente.
Reforma
E, ainda em seu discurso, interfere diretamente na gestão do Banco.
— Eu apenas apelo, Rubens, me permite fazer uma brincadeira aqui, né? Eu apenas apelo para o seu coração, para o seu patriotismo, para que esses juros, tendo em vista você parecer um cristão de verdade, caiam um pouquinho mais. Tenho certeza que as nossas orações tocarão o seu coração — acrescentou Bolsonaro.
O mandatário também disse à plateia de representantes do agronegócio que será disponibilizado mais R$ 1 bilhão para o seguro rural. Ele também defendeu a realização de uma reforma agrária “sem viés ideológico” que deve começar pelo que ele chamou de “lotes ociosos”.
Bolsonaro também disse que deve entrar na pauta da Câmara dos Deputados na próxima semana uma proposta que estende a posse de armas para toda a extensão da propriedade rural e disse que a defesa da propriedade privada é uma forma de garantir a segurança jurídica no campo.
— A propriedade privada é sagrada e ponto final — concluiu.