Segundo a construtora, os pagamentos a Skaf teriam sido feitos sob os codinomes Kibe e Tabule. Em uma das entregas registradas pela empresa, e pela transportadora, no dia 21 de agosto de 2014, teria sido na Avenida Ibirapuera, 2927, onde fica o Hotel Bourbon.
Por Redação - de São Paulo
O empresário Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e candidato a cargos públicos nas últimas eleições, no MDB, tornou-se réu em processo na 1ª Zona Eleitoral de São Paulo. O juiz Marco Antonio Martin Vargas aceitou a denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE) de corrupção contra Skaff, por movimentar R$ 5,1 milhões em propinas e caixa dois da empreiteira Odebrecht, durante a campanha de 2014, ao governo do Estado.
Segundo a construtora, os pagamentos a Skaf teriam sido feitos sob os codinomes Kibe e Tabule. Em uma das entregas registradas pela empresa, e pela transportadora, no dia 21 de agosto de 2014, teria sido na Avenida Ibirapuera, 2927, onde fica o Hotel Bourbon.
O magistrado aponta, no despacho, elementos que constituem um "conjunto de indícios, por ora, capaz de reforçar a convicção sobre o envolvimento dos denunciados no complexo esquema de pagamento de propina, omissão de dados à Justiça Eleitoral e lavagem de capitais, supostamente erigido para dissimular os fins ilícitos dos grupos políticos e empresariais apontados”.
Odebrecht
O MP adiciona, aos autos, provas levantadas ainda durante a Operação Lava Jato. Entre elas, delações da Odebrecht, conversas registradas de funcionários da transportadora de valores Transnacional, que entregava o dinheiro em espécie, e mensagens do doleiro Álvaro Novis.
A denúncia também atinge o marqueteiro de campanhas Duda Mendonça, seu filho, Alexandre Mendonça; o publicitário Paulo Luciano Tenuto Rossi, o Palu, o presidente da empreiteira, Marcelo, e três ex-executivos ligados à construtora; além de Skaf e Novis.
A defesa de Paulo Skaf, em nota à imprensa, apontou "o caráter completamente infundado da acusação que lhe foi dirigida pelo Ministério Público Eleitoral”.
Confiança
"A defesa informa que está à disposição da Justiça e que todas as doações recebidas pela campanha de Skaf ao governo de São Paulo em 2014 estão devidamente registradas na Justiça Eleitoral, que aprovou sua prestação de contas sem qualquer reparo de mérito", continuou.
"Paulo Skaf reitera que ele nunca pediu e nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas. Salienta, uma vez mais, a absoluta confiança no Poder Judiciário, o qual restabelecerá a verdade neste caso".