A menina, que tinha apenas 8 anos, foi alvejada por um tiro em 2019 na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão. O julgamento, que durou mais de 12 horas, gerou revolta nos familiares.
Por Redação, com CartaCapital – do Rio de Janeiro
O policial Rodrigo José de Matos Soares, apontado como o autor do disparo de fuzil que matou a menina Ágatha Vitória Sales Félix, de apenas 8 anos, em 2019 no Complexo do Alemão, foi absolvido por um júri popular finalizado na madrugada deste sábado.
O julgamento, que durou mais de 12 horas, gerou revolta nos familiares que acompanhavam a sessão, realizada Primeiro Tribunal do Júri, no Centro do Rio.
A decisão do júri aponta que o PM, apesar de comprovadamente ser o autor do disparo, agiu “sem intenção de matar”. Ele atirou em direção ao veículo em que Ágatha estava com a família e atingiu a criança pelas costas.
Mentiu nas primeiras versões
O policial, agora absolvido, mentiu nas primeiras versões apresentadas durante a investigação. Ele alegava que atirou em resposta a um primeiro ataque, realizado por uma dupla que passou de moto pelo local e teria atirado contra os policiais. A investigação, porém, desmentiu essa versão.
Segundo a perícia, os homens de moto não carregavam armas, mas sim uma esquadria de alumínio. Eles, portanto, não fizeram disparos. A hipótese é de que os policiais teriam atirado após confundir o objeto que a dupla carregava com uma arma. Ao atirar contra a moto, Rodrigo José de Matos Soares acertou o carro que transportava a menina.