Indígenas do "Levante pela Terra" foram novamente reprimidos pela polícia quando se aproximavam pacificamente do Congresso Nacional para protestar contra o Projeto de Lei (PL) 490, previsto para entrar em votação na manhã desta terça-feira.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
Indígenas do "Levante pela Terra" foram novamente reprimidos pela polícia quando se aproximavam pacificamente do Congresso Nacional para protestar contra o Projeto de Lei (PL) 490, previsto para entrar em votação na manhã desta terça-feira. Esse PL pode alterar as atuais regras para demarcação de terras indígenas.
Esse é o segundo episódio de repressão sofrido pela mobilização. No último dia 17, representantes de mais 35 povos originários que faziam uma manifestação em frente ao prédio da Funai, quando foram atacados pela Polícia Militar (PM).
Gás lacrimogêneo e de efeito moral
Desta vez, o grupo, que se encontra desde a semana passada acampada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi alvo de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
Imagens divulgadas pela Associação dos Povos Indígenas Brasileiros (Apib) mostram manifestantes correndo dos policiais, que disparavam contra a multidão.
Há relatos de crianças e idosos que passaram mal ao inalar o gás lacrimogêneo. "Novamente fomos atacados com desrespeito, como se fossemos animais, uma discriminação muito grande contra os povos indígenas, afirmou Dário Vitório Kopenawa, do povo Yanomami, em transmissão ao vivo realizada pela Apib.
O PL 490, proposto pela bancada ruralista, ameaça anular as demarcações de Terras Indígenas, e viabilizar a abertura dos territórios protegidos para o garimpo.